ATA DA SEGUNDA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 16-6-2004.
Aos dezesseis dias do mês de junho de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e vinte e cinco minutos, foi
realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cassiá
Carpes, Elias Vidal, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza,
Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Sofia Cavedon.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Almerindo
Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz
Braz, Mauro Zacher, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Valdir Caetano e
Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou
abertos os trabalhos e foram aprovadas as Atas da Vigésima Sexta, Vigésima
Sétima, Vigésima Oitava, Vigésima Nona e Trigésima Sessões Ordinárias. À MESA,
foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, os Pedidos de Providências nos
1274 e 1276/04 (Processos nos 3275 e 3293/04, respectivamente); pelo Vereador
Elias Vidal, os Pedidos de Providências nos 1255 e 1256/04 (Processos nos 3238
e 3239/04, respectivamente). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nos 267, 268 e 269/04,
encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nº 021/04
(Processo nº 3278/04), 020/04 (Processo nº 3277/04) e o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 002/04 (Processo nº 3292/04). Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios nos 36, 131, 221 e 3053/04, do Senhor Reginaldo Muniz
Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde;
189/04, do Senhor Sérgio Amadeu da Silveira, Diretor-Presidente do Instituto
Nacional de Tecnologia da Informação – ITI; Comunicado n° 54683/04, do Senhor
José Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação – FNDE. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Mauro José Hidalgo Garcia, Presidente da Federação Nacional
dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais – FENAFIM, que teceu considerações
sobre a importância da modernização das estruturas de arrecadação para o bom
funcionamento do sistema tributário nacional. Nesse sentido, solicitou o
empenho dos Senhores Vereadores, a fim de que viabilizem, por meio de Emenda à
Lei Orgânica Municipal, o disposto no inciso XXII do artigo 37 da Constituição
Federal, introduzido pela Emenda Constitucional nº 42, de dezenove de dezembro
de dois mil e três, que trata das condições de funcionamento dos fiscos
municipais. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Sebastião Melo, Cassiá Carpes, João Antonio Dib, Cláudio Sebenelo, Isaac
Ainhorn e Guilherme Barbosa manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a
Tribuna Popular. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 094, 125, 128, 129 e 130/04, os Projetos de
Resolução nos 083 e 084/04; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
103, 117 e 123/04; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 016/04, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 119 e 120/04. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação Nominal, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 066/98, considerando-se rejeitado o
Veto Total a ele aposto, por dezoito votos SIM e oito votos NÃO, após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Reginaldo Pujol e
Guilherme Barbosa, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Maria
Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Renato Guimarães, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia
de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Adeli Sell, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 180/01, considerando-se rejeitado o Veto Total
a ele aposto, por dezoito votos SIM e seis votos NÃO, tendo votado Sim os
Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e
Wilton Araújo e
Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos
Pestana, Maria Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 002/02,
considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto, por quatorze votos SIM, três
votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Beto Moesch,
Clênia Maranhão e Wilton Araújo, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino
Besson, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo, Não os Vereadores Carlos
Pestana, Helena Bonumá e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Aldacir
Oliboni e Guilherme Barbosa. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 270/03, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto, por
doze votos SIM e cinco votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir
Caetano e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá e Sofia Cavedon. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou a presença de alunos e das Professoras Rosane Carneiro e
Solange França, da 3ª série do Ensino Fundamental do Colégio Sevigné, presentes
a este Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política
desenvolvido pelo Memorial desta Casa junto a escolas e entidades de Porto
Alegre e Região Metropolitana. Também, foram registradas as presenças do
ex-Deputado Federal Ibsen Pinheiro e de representantes da comunidade da Vila
Maria da Conceição. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo n° 276/03, considerando-se mantido o Veto Total a
ele aposto, por quinze votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado à
votação pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Maria
Celeste e Sofia Cavedon. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador
Carlos Pestana, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia, tendo se manifestado a respeito os Vereadores
Sebastião Melo e Ervino Besson. Em continuidade, foram aprovados os seguintes
Requerimentos: de n° 106/04 (Processo nº 2775/04 - Período de Comunicações
destinado a homenagear o Clube da Melhor Idade Independência, pelo transcurso
do décimo primeiro aniversário dessa entidade), de autoria do Vereador Nereu
D’Avila; de nº 107/04 (Processo nº 2798/04 – Grande Expediente destinado a
homenagear os onze anos do convênio da Prefeitura Municipal de Porto Alegre com
as creches comunitárias da Cidade), de autoria da Vereadora Sofia Cavedon; de
nº 085/04 (Processo nº 2431/04 – Autorização para representar externamente este
Legislativo na IX Conferência Nacional de Direitos Humanos, no período de vinte
e nove de junho a dois de julho do corrente, em Brasília – DF, com percepção de
passagens e diárias), de autoria da Vereadora Helena Bonumá; de nº 113/04
(Processo nº 3022/04 - Autorização para representar externamente este
Legislativo na reunião do Conselho das Cidades e de seus Comitês Técnicos, no
período de quatorze a dezesseis de junho do corrente, na cidade de Brasília –
DF, com percepção de diárias e passagens), de autoria do Vereador Raul Carrion;
de nº 112/04 (Processo nº 3021/04 - Grande Expediente destinado a comemorar o
octogésimo aniversário das Bebidas Fruki Ltda.), de autoria da Vereadora
Maristela Maffei; s/nº (anexado ao Processo nº 1260/04 – Alteração do local e
data da Sessão Solene em homenagem ao Dia do Panificador, para o dia vinte e
nove de junho do corrente, na Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos
Necessitados – SPAAN), de autoria da Mesa Diretora; s/nº (Processo nº 3029/04 -
Autorização para representar externamente este Legislativo no 6º Encontro
Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, no período de seis a dez de junho
do corrente, em Gramado – RS, com percepção de diárias), de autoria do Vereador
Beto Moesch. Na ocasião, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Nereu
D’Avila, solicitando Licença para Tratamento de Saúde hoje e amanhã, tendo o
Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Mauro Zacher,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça.
Ainda, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador João Bosco Vaz, Líder da
Bancada do PDT, informando o impedimento do Suplente Mário Fraga em assumir a
vereança no período referido, em substituição ao Vereador Nereu D’Avila.
Também, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 021/03 (Processo nº 3341/03): de nos 01 e 02, de autoria do
Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT; de nos 03 e 04, de autoria dos
Vereadores Professor Garcia, Líder da Bancada do PSB, e Carlos Pestana, Líder
da Bancada do PT. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 021/03, o qual foi discutido pelos Vereadores
Sebastião Melo, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Luiz Braz, João Antonio Dib,
Maristela Maffei, Helena Bonumá, Adeli Sell, João Carlos Nedel, Cláudio
Sebenelo, Guilherme Barbosa, Sofia Cavedon, Beto Moesch, Ervino Besson, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Maria Celeste, Aldacir Oliboni e Gerson Almeida,
considerando-se encerrado o seu período de discussão. Durante a apreciação do
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/03, os Vereadores Haroldo de
Souza, Isaac Ainhorn e Margarete Moraes cederam seus tempos de discussão,
respectivamente aos Vereadores Sebastião Melo, Helena Bonumá e Carlos Pestana.
Na oportunidade, a Senhora Presidenta registrou a presença do Vereador Eliseu
Argolo de Moraes, do Partido Democrático Trabalhista, da Câmara Municipal de
São Luiz Gonzaga – RS. Também, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento
verbal, solicitando manifestação da Procuradoria deste Legislativo, acerca da
constitucionalidade das Emendas nos 03 e 04 apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 021/03 (Processo nº 3341/03), tendo o Vereador
Carlos Pestana manifestado-se a respeito. Ainda, foram apregoados Requerimentos
de autoria do Vereador Sebastião Melo, deferidos pela Senhora Presidenta,
solicitando a votação em destaque das Emendas nos 01, 02, 03 e 04 apostas ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/03. A seguir, os Vereadores
Carlos Pestana, Luiz Braz e Cláudio Sebenelo manifestaram-se acerca da votação
do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/03, tendo em vista o
término do prazo regimental da presente Sessão. Às dezoito horas e vinte e
cinco minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, a Senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos e convocou os Senhores Vereadores
para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram
presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores Elói Guimarães e
Luiz Braz e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João
Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Havendo quórum, passamos à
O Sr. Mauro José Hidalgo Garcia, Presidente da Federação
Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais – Fenafim, está com a
palavra, para tratar de assunto relativo à Administração Tributária –
Instituição Constitucional, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. MAURO JOSÉ
HIDALGO GARCIA: Exma Srª Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes, Exmos Srs.
Vereadores, servidores municipais, senhoras e senhores.
A Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos
Municipais – Fenafim – é a entidade de âmbito nacional que congrega as
associações e sindicatos dos auditores e fiscais tributários dos Municípios
brasileiros e solicitou este espaço democrático para manifestar-se quanto ao
inciso XXII do artigo 37 da Constituição Federal, introduzido pela Emenda
Constitucional nº 42 de 19 de dezembro de 2003, que tratava da Reforma
Tributária, que adiciona o seguinte mandamento constitucional:
“Art. 37 - A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, e também, ao seguinte:
Inciso
XXII – As administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas
por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com um
compartilhamento de cadastro e de informações fiscais na forma da lei ou
convênio”.
Com
a edição da Emenda Constitucional nº 42/2003, fica consolidada, por meio do
inciso XXII do art. 37, que a administração tributária será exercida
exclusivamente por servidores de carreiras específicas da área tributária do
Fisco da União, dos Estados e dos Municípios.
Foi
alcançado o objetivo traçado em 2001, no XIII Encontro Nacional da Fenafim,
quando os colegas, representantes da AUDIF – Associação dos Auditores e Fiscais
de Tributos Municipais de Fortaleza afirmavam que o Fisco Municipal era a
fortaleza da justiça social.
A
forma de atuação do Fisco sempre esteve muito próxima de duas das mais
importantes instituições previstas constitucionalmente em nosso País. Atuando
como fiscal da lei, zelando pelo efetivo cumprimento da legislação tributária e
promovendo as ações necessárias para tal, o Fisco atua tal qual o Ministério
Público. Operando cidadania, por meio do combate à sonegação, recuperando
recursos financeiros para que o Executivo aplique em obras sociais; o Fisco
presta um verdadeiro trabalho de assistência aos excluídos, exercendo assim
funções de defesa dos necessitados como as da instituição da Defensoria
Pública. A inclusão dos fiscos como instituição constitucional, na prática,
funciona como instrumento para alcançar justiça social.
A
atuação desses operadores de cidadania contribui para o crescimento da
consciência tributária e a busca dos recursos necessários para uma sociedade
mais justa.
Os trabalhadores brasileiros
não suportam mais sustentar sozinhos a carga tributária nacional, enquanto
alguns sonegam milhões. É mais justo para o País cobrar de quem deve. Assim, um
aspecto crucial para o bom funcionamento do sistema tributário é a importância
estratégica da administração tributária. A efetividade e a eficácia do sistema
tributário dependem da administração tributária que desempenha um papel
fundamental e imprescindível de instrumento de garantia da aplicação efetiva da
legislação.
Grande
parte dos problemas do sistema brasileiro não poderá ser resolvida
exclusivamente no plano da legislação. Há uma relação importante entre a
fragilidade dos órgãos da administração e determinadas deficiências do sistema
tributário nacional.
Com uma administração tributária desprovida de recursos
materiais e humanos, numa economia complexa e de proporções continentais, como
a brasileira, o sistema tributário, por mais concebido que possa ser sob o
ponto de vista da legislação, deixará fatalmente a desejar em termos de
qualidade, eficácia e justiça fiscal.
Portanto, é fundamental o fortalecimento da máquina fiscal.
Nesse contexto, é
essencial compreender a noção de Estado Fiscal, cujas necessidades financeiras
para atendimento das necessidades sociais são nitidamente cobertas por
impostos. Assim, com a ampliação da autonomia das administrações tributárias, a
Constituição Brasileira cria instrumentos para reduzir as desigualdades.
Relembrando
as lições do Prof. Lenio Luis Streck, observa-se que: “Na perspectiva de Estado
Social, o imposto, enquanto dever fundamental, não deve ser encarado, conforme
Casalta Nabais, nem como um mero poder para o Estado nem como um mero
sacrifício para o cidadãos, constituindo, antes, o contributo indispensável a
uma vida em comunidade organizada em Estado Fiscal”.
Declarada
a institucionalização da administração tributária, na letra da Constituição
Federal, é preciso colocar mãos à obra e organizar definitivamente as carreiras
que atuam na administração tributária, destacando papel estratégico do Fisco.
No
âmbito municipal, onde se insere a Fenafim – Federação Nacional dos Auditores e
Fiscais de Tributos Municipais –, os Prefeitos terão uma ferramenta fundamental
na busca pela consolidação das autonomias política e financeira dos Municípios.
A
aplicação do dispositivo em comento deve
ter como ponto de partida a edição de Leis Orgânicas para a carreira do Fisco
Municipal e a elaboração de Planos de Cargos, Carreiras e Salários com foco na
profissionalização e fortalecimento das categorias funcionais da Fazenda
Municipal.
Por
meio de uma administração tributária autônoma e comprometida com a modernização
de suas estruturas de arrecadação, por meio de sistemas de produtividade que
privilegiam as ações coletivas de toda a fiscalização, será possível interferir
diretamente no crescimento, não só da receita própria, mas também das
transferências correntes.
O
princípio da autonomia da administração tributária, fruto de intenso debate
promovido no Congresso Nacional, é comemorado pela Fenafim, que sempre priorizou
a ocupação de espaços dentro das estruturas das Secretarias de Finanças para os
Fiscais Tributários Municipais.
É
importante destacar que a classe de servidores do Fisco tributário nunca se
omitiu no zelo pelo desempenho de suas funções, que são exercidas, antes de
tudo, com profissionalismo e abnegação, e sempre estiveram cientes de suas
responsabilidades perante a sociedade.
A
possibilidade que se cria com o reconhecimento constitucional da essencialidade
do tributário para o Estado Democrático de Direito, em sua feição social, é a
de construção da segurança para o pleno alcance dos objetivos do Estado de
Justiça Social. Segurança para criação de um novo modelo gerencial para a
arrecadação municipal. Um modelo que não privilegie a arrecadação vulgar, que
tributa aquele mais fácil de alcançar, mas sim, priorize a implantação de uma
política de arrecadação eficiente e de combate permanente à sonegação,
efetivando-se, com isso, a possibilidade de distribuição efetiva da riqueza e,
por fim, da viabilização de um sonho antigo: a diminuição das desigualdades
sociais.
Srs.
Vereadores, a Fenafim vem divulgando, em todas as localidades do País, esse
novo preceito constitucional.
Por
fim, neste momento, solicito aos Srs. Vereadores de Porto Alegre, que viabilizem
uma Emenda à Lei Orgânica do Município, que consagre os princípios
constitucionais do inciso XXII do art. 37 da Constituição Federal, introduzido
pela Emenda Constitucional nº 42/2003, dispondo sobre a essencialidade e
prioridade de recursos para a Administração Tributária na realização de suas
atividades, como meio de gerar a receita definitiva para o atendimento das
demandas sociais e o reconhecimento da essencialidade às atividades do Fisco
Municipal pelo padrão ético que se desenvolve em todos os níveis da
organização, tanto do corpo técnico quando do nível gerencial. Obrigado e
boa-tarde! (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Convidamos, com muita alegria, o Sr.
Mauro José Hidalgo Garcia para fazer parte da Mesa.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa saudação afetiva ao Mauro, que,
rotineiramente, vem a esta Casa trazer contribuições.
Quero,
Mauro, dizer que o nosso País, historicamente, tem uma carga tributária muito
injusta. Aqui paga imposto quem não deve pagar, isentam-se aqueles que deveriam
pagar, historicamente. Taxam-se os assalariados, sejam públicos ou privados,
dizendo que é Imposto de Renda - eu não sei se renda sobre trabalho é renda.
E
se nós olharmos aqueles que lucram neste País e que têm sugado os brasileiros,
historicamente, que são os bancos, estes, praticamente, não pagam impostos
neste País.
Recentemente,
produziu-se uma Reforma Tributária, em que se alardeou que iria ser cobrado de
quem deveria pagar, que se descentralizaria os recursos e se daria mais
potencialidade aos Municípios, aos Estados. E, na verdade, o que aconteceu?
Aumentou tributo, concentrou mais dinheiro na mão da União, não desonerou o
setor produtivo e, muito menos, “desburrocratizou”. Nós temos um sistema
tributário que é um convite à sonegação, à malandragem. Por quê? Porque o
imposto declaratório é um imposto que é um convite à sonegação. Eu o declaro! Não,
ele tem de ser impositivo.
Eu
vivo em uma época em que o agricultor aperta um botão e consegue acessar a
Bolsa de Nova Iorque, de Chicago. Quer dizer, eu vou ter um sistema tributário
em que eu terei de ser declarativo. E há uma coisa pior do que isso, que são os
impostos indiretos. Sabe por que, Mauro? O quilo de arroz do sujeito que ganha
200 salários mínimos é o mesmo imposto indireto daquele que mora na Restinga e
que ganha meio salário mínimo. Essa é a carga tributária mais injustiça: os
impostos indiretos.
Esta
é uma matéria que dá um seminário, mas eu vou ficar, aqui, na comuna. Aqui,
segue essa lógica: cobra dos pequenos; aqui, o sujeito que não paga o IPTU “vai
para a lomba”, e até a sua televisão é arrecadada. Agora, “a banqueirada” fica
ali no conselho do contribuinte por nove, dez, dezesseis anos e, aí, utiliza
daquele recurso processualista que é a prescrição. Então, vai-se na vala comum.
E, nos últimos anos, a Câmara tem isentado de vários impostos. Houve, aqui, a
questão na área da Saúde, em que houve isenções para os grandes, mas os
pequenos continuam pagando.
Então,
essa lógica é nacional, de certa forma, ela segue os modelos estaduais e ela
não difere aqui em Porto Alegre. Aqui, nós sabemos muito bem que o discurso é
diferente, mas a prática tem consagrado isso.
Eu
acho que essa reflexão que V. Sa. faz é muito oportuna. Nossa saudação e o
nosso abraço.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço ao Ver. Sebastião Melo.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, eu quero saudar o Mauro
José Hidalgo, um grande batalhador das suas atividades, dos funcionários
municipais, e eu quero dizer que se fala muito neste País, ultimamente, em Reforma
Tributária, carga tributária, quando o cidadão, aquele leigo, muitas vezes não
entende isso que penaliza o cidadão. A prioridade é a sonegação. Sim, nós
concordamos, até para que se possa devolver, em benefícios, para o cidadão dos
Municípios.
Mas esse aspecto é tão complicado, que nós sentimos que,
cada vez mais, os Auditores Fiscais do Município são importantíssimos para a
máquina fiscal funcionar e para traduzi-la para a comunidade, ou seja, devolver
para a comunidade a confiança nos Governos - no caso específico, o Governo
Municipal. Entendemos que, cada vez mais, seja no Governo Federal, no Governo
Estadual e, principalmente, no Governo Municipal, que convive com o cidadão,
diariamente, cresce a ganância tributária, arrecadatória.
Portanto, é muito importante a colaboração dos Auditores
Fiscais de Tributos do Município. Parabéns, continuem essa luta, e tenham a
certeza de que a nossa Bancada, bem como esta Casa, estará sempre à disposição
para que nós possamos privilegiar o cidadão, porque a carga tributária está
muito alta; hoje, há matéria que já está chegando a quase 40%, a Reforma
Tributária não adiantou, ou seja, cresceu a possibilidade de sonegação e não
resolveu a questão do cidadão no dia-a-dia.
Portanto, meus parabéns, continuem nessa luta, que nós
estaremos juntos para modificações naquilo que venha a beneficiar o cidadão
porto-alegrense.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) É claro que o Estado, a Cidade e o País não vivem sem tributos, mas
os tributos devem ser justos e devem ser transformados em obras e serviços e
não apenas servirem para superávit fiscal e primário, para, depois, se colocar
o dinheiro em CDB. Não devem ser usados para isso. Não devem, também, ser tão
simples que, quando o Governo estuda o Imposto de Renda, ele vai,
imediatamente, em cima do assalariado - que não tem o que esconder; nem tem,
muitas vezes, salário à altura das suas necessidades -, e encontra uma maneira
fácil de estabelecer uma alíquota maior, não revisar a tabela de Imposto de
Renda, isso tudo está equivocado. Nós temos de cobrar de todos o mínimo, para
que todos possam usufruir. Aproveitando a Prefeitura de Porto Alegre e a
eficiência de seus agentes fiscais, eu diria que o IPTU da cidade de Porto
Alegre deveria ser melhor lançado, não porque os fiscais e agentes não estejam
fazendo bem, mas alguma coisa está equivocada, porque se lança muito e se cobra
pouco, e porque é mal lançado, provavelmente em razão de alíquotas
progressivas, que não estão na Lei, nós estamos deixando de arrecadar. Mas a Cidade
arrecada bastante e não devolve em obras e serviços. Isso tem sido uma
constante. E por outro lado, também, os servidores devem ser resguardados com a
bimestralidade que poderia ter sido paga no ano passado, conforme Relatório –
recebido por mim, que tenho aqui – do Tribunal de Contas, nós não chegamos no
limite prudencial, em matéria de reposição salarial dos municipários.
Portanto,
deve-se fazer justiça, deve-se cobrar impostos de todos, mas com alíquotas
corretas, bem ponderadas e bem pensadas. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Dr. Mauro Hidalgo Garcia, é interessante
como o formato das cidades depende da tributação. Nós vemos nas
cidades-satélites de Porto Alegre um grande número de empresas que outrora eram
de Porto Alegre e fugiram daqui por causa da taxação abusiva do ISS. Isso é
nítido e se vê em todas as cidades-satélites de Porto Alegre. Porto Alegre
deixou de ter um bairro fabril e industrial, hoje é uma Cidade de serviços e de
moradia. A população de Porto Alegre se mantém quase a mesma há muitos anos.
Principalmente a questão tributária interfere tanto que ontem nós presenciamos
uma palestra do Dr. Ives Gandra da Silva Martins, no Plaza São Rafael, é tal o
deboche com que se trata a questão tributária, é tal a voracidade do tributo
que deixou de ser uma opção tributária para virar um assunto tragicômico, todos
fazendo piadas sobre o tipo e forma de tributação e todas as pessoas revoltadas
inclusive com a péssima distribuição que a própria tributação faz de si
própria. O sistema tributário brasileiro onera aqueles que teriam que pagar
muito pouco e desonera aqueles que deveriam pagar muito. E essa inversão é
desumana, é cruel, é profunda e socialmente injusta. É isso. Muito obrigado
pela sua presença.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ISAAC AINHORN: Quero, nesta oportunidade, Srª
Presidente, meu caro Dr. José Hidalgo Garcia, saudá-lo em nome da minha
Bancada, o PDT. Nós, de longa data, acompanhamos o seu trabalho, quer seja como
funcionário municipal desta Cidade, quer seja como dirigente de várias
entidades, desde a época da sua primeira investidura na Aiamu, na nossa Cidade,
e hoje à frente da Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos
Municipais. O senhor é uma das mais autorizadas vozes, em nosso Estado, a falar
em matéria de tributos municipais. E o senhor conhece perfeitamente, como
ninguém, o lado do papel, da realização da receita através da cobrança e de
combate desenfreado à sonegação, e tem a sensibilidade também de conhecer os
dramas e os problemas do contribuinte no seu cotidiano, porque o senhor exerce
as suas funções, muitas vezes, nos próprios balcões da Prefeitura Municipal,
atendendo ao drama e à angústia de pessoas que não têm condições e têm
dificuldades de pagar os seus tributos.
Portanto,
o senhor também tem conhecimento das dificuldades que existem, que se passam
neste momento e, fundamentalmente, de que caminhos devem ser buscados num
princípio de eqüidade tributária, de justiça tributária, de justiça fiscal.
Porque o senhor tem conhecimento também que passamos por um momento difícil. E,
com relação a este Governo que há 16 anos administra a cidade de Porto Alegre,
nós não vamos, de forma irresponsável, dizer que nada fez e que nada realizou.
Não, nós não vamos dizer isso, mas vamos afirmar aqui que ele foi cruel, que
foi perverso no aumento da carga tributária sobre o contribuinte de Porto
Alegre, notadamente em relação ao IPTU.
Eu,
há anos, luto como V. Sª para que façamos a consolidação da legislação
tributária nesta Cidade, que hoje, depois da Lei Complementar nº 07, de 1972, é
constituída de mais de 85 leis complementares regulando essa matéria, numa
verdadeira colcha de retalhos, de difícil interpretação para contadores,
técnicos tributários, advogados e para todos aqueles que atuam na área do
Direito Tributário.
Portanto,
cumprimento V. Sª e digo: o senhor ainda tem uma grande contribuição a nos dar,
como essa de hoje, no sentido de buscar a justiça fiscal, a justiça tributária.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde a todos, quero cumprimentar o
Mauro Hidalgo, Presidente da Fenafim. Conhecemos todas as suas atividades
profissionais e de liderança da categoria, sempre buscando contribuir com as
entidades públicas para avançar nessa questão tão importante, de discussão tão
polêmica, que é o financiamento do Estado Público, seja ele nacional, estadual
ou municipal. É sempre a questão de procurar ter justiça tributária, realmente
cobrar mais de quem tem mais e menos de quem tem menos, evidentemente cobrando
o menos possível, e, ao mesmo tempo, fazer com que essa contribuição retorne em
obras e serviços. Foi citado aqui o caso do IPTU, e a gente vê que o discurso
cheira à demagogia na medida em que, se nós fizermos uma comparação do IPTU de
Porto Alegre com o de qualquer outra capital do Brasil, veremos que o de Porto
Alegre é um dos mais baixos do nosso País. Várias vezes a Prefeitura, o Executivo
Municipal, tentou atualizar a Planta de Valores, o que poderia, inclusive,
corrigir distorções, e esta Casa Legislativa não o permitiu.
Uma
questão sempre colocada - e de certa maneira a fala de V. Sª destacou a questão
da modificação constitucional nesse sentido - é, exatamente, de um combate
permanente à questão da evasão de tributos, e, com isso, evidentemente, se nós
cobrarmos melhor, abre-se a possibilidade de que nós também possamos diminuir
os tributos. Acho que a nossa Bancada quer dar apoio a isso. A Administração
Municipal tem feito esforço, a gente sabe que faltam recursos para investir
mais nessa máquina de fiscalização, mas, com certeza, com esse princípio nós
concordamos.
Quero
também comentar as modificações recentemente feitas aqui na Casa,
principalmente quanto ao ISSQN - que não tem nada a ver com o INSS, conforme
alguém comentou aqui -, no sentido de que nós, com base na modificação
constitucional também havida da explícita cobrança aos bancos, aumentamos a
nossa arrecadação, tendo inclusive diminuídas alíquotas para setores que são
estratégicos para o desenvolvimento da Cidade.
É
também uma ignorância dizer que só Porto Alegre perdeu indústrias. Todas as
capitais das regiões metropolitanas perderam. Há uma tendência universal de que
essas capitais sejam cidades de serviços. E nós, inclusive, somos o expoente
nisso, com alguns serviços que são da ponta da tecnologia.
Meus
cumprimentos, eu acho que essa modificação é importante, porque nós temos de,
ao limitar a evasão, possibilitar a diminuição das alíquotas e dos próprios
valores dos impostos. Cumprimentos a Vossa Senhoria.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a presença do Sr. Mauro José
Hidalgo Garcia, Presidente da Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de
Tributos Municipais – Fenafim –, dizendo que essa questão que o senhor traz,
nesta conjuntura em que nós vivemos no nosso País, é altamente pertinente.
Quero
agradecer-lhe mais uma vez e parabenizá-lo por esse trabalho de reflexão, de
conscientização em um momento de mudanças. Muito obrigada, volte sempre.
Como
nós estamos em plena realização da 2ª Sessão Extraordinária, temos hoje a
discussão preliminar de Pauta segundo o espelho entregue aos Vereadores, sendo
que não discutiremos hoje a Pauta Especial.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N.º 3042/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 128/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua José Pereira da Cunha um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N.º 3043/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 129/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Bertha Leonora Mückler um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N.º 3044/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 130/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Giobatta Giuseppe Petracco um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N.º 2227/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 094/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
proíbe a cobrança por serviço de estacionamento prestado aos usuários do
Sistema Único de Saúde nas situações previstas na Lei Complementar n.º 434, de
1.º de dezembro de 1999, e alterações posteriores (PDDUA).
PROC.
N.º 2919/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 125/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
inclui a Festa de Nossa Senhora de Lourdes, realizada no domingo mais próximo
ao dia 11 de fevereiro, e a Piedosa Romaria, no primeiro domingo de maio, no
Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.
PROC.
N.º 2945/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 083/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio
artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Músico Jorginho do Trompete.
PROC.
N.º 2973/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 084/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que cria o Título
Honorífico e o Troféu “José Bertaso”, que serão concedidos, anualmente, à
pessoa física ou jurídica com notória atuação na defesa e promoção da cultura
rio-grandense e dá outras providências.
2.ª SESSÃO
PROC.
N.º 2308/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 103/04, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo,
que altera a denominação do logradouro público cadastrado, conhecido como Praça
Dr. Quintino Bocaiúva, localizado no Bairro Chácara das Pedras, para Praça Dr.
Celso Pedro Luft.
PROC.
N.º 2656/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 117/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
denomina Rua José Assis Borges Pinto (Tio Borges) um logradouro não-cadastrado,
localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
N.º 2801/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 123/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que proíbe, no Município, comercializar ou servir bebidas alcoólicas em bares e
similares localizados no interior dos estádios de futebol, em ginásios e praças
desportivas, em dias e horários que menciona, e dá outras providências.
3.ª SESSÃO
PROC.
N.º 2860/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 016/04, que dispõe sobre a organização do
Sistema Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor, institui o
Serviço Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor - PRODECON, o
Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor - CONDECON -
e o Fundo Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor - FUNDECON,
e dá outras providências.
PROC.
N.º 2690/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 119/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
cria a Feira Popular de Artesanato, Artes Plásticas, Culinária Artesanal,
Antiguidades e Típicos do Rio Grande do Sul no Parque Maurício Sirotsky
Sobrinho e dá outras providências. Com
Emendas n.os 01 e 02.
PROC.
N.º 2691/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 120/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
cria, no Município, a Feira de Natal para exposição e comercialização de
artesanato, artes plásticas, culinária artesanal e antiguidades e dá outras
providências. Com Emendas n.os
01 e 02.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. Esta Presidenta estaria
com a palavra para discutir a Pauta, mas desiste. O Ver. Aldacir Oliboni está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Guilherme Barbosa está com
a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Verª Helena Bonumá está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.)
Todos
desistiram.
Havendo
quórum passamos à
Esta
Presidência aguarda algum Requerimento para a ordem de votação. (Pausa.)
Atenção,
Vereadores e Vereadoras, esta Presidência propõe que examinemos, em primeiro
lugar, os Vetos, porque eles têm a possibilidade de trancar a Pauta. Estamos
aguardando requerimentos com propostas de votação.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 1489/98 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 066/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
autoriza o Município de Porto Alegre a adotar o limite máximo para a carga de
material a ser transportada pelo aluno em suas escolas e em seus conveniados.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 02-06-04.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 05-06-04 (sábado).
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o PLL nº 066/98, com Veto
Total. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do
PLL nº 066/98, com Veto Total.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, eu não acho que
seja necessário fazer o encaminhamento do Veto, porque a grande maioria deve
votar contrariamente ao Veto e favoravelmente ao Projeto do Ver. Reginaldo
Pujol.
Mas
eu preciso - porque outros vetos a nomes de ruas e outras coisas mais estão
chegando a esta Casa - fazer um esclarecimento, já que na última Sessão de
votação, eu disse que não aceitava o Sr. Rogério Favreto, Procurador-Geral do
Município, como Prefeito em exercício. Não fiz nenhuma alusão à Comissão de Justiça
desta Casa, não sabia nem que já existia um Parecer e o que estava sendo
discutido lá. Eu disse apenas que a Mesa encaminhara à Comissão de Constituição
e Justiça, nada mais do que isso, apenas isso, não fiz análise de parecer de
ninguém, até porque não me compete; sou daqueles que aceita ou não as decisões.
E como a Comissão de Constituição e Justiça está analisando, o Parecer que ela
dá será aceito por mim, porque a Casa aceita, se houver maioria para este ou
para aquele ponto de vista, eu aceito. Então, eu não fiz nenhuma crítica ao
Parecer de quem quer que seja, porque até não sabia que já existia Parecer,
como também continuo pensando que o Prefeito em exercício deve ser o Presidente
da Casa, não mais do que isso, o resto foi uma alteração equivocada da Lei
Orgânica, e eu disse também que melhor do que eu, melhor do que todos aqui, a
Justiça há de definir se está correta a posição da Casa ou não. Saúde e PAZ!
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 066/98, com Veto Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, como assentou o Ver. Dib, o relatório da Comissão de Constituição e
Justiça, firmado pelo Ver. Elói Guimarães, Vice-Presidente da Casa e
Vice-Presidente da Comissão, é conclusivo no sentido de recomendar a rejeição
do Veto Total oferecido pelo Sr. Prefeito Municipal ao Projeto, já que a
análise que se faz das várias razões aqui acolhidas, se chega, sem muita
dificuldade, a uma conclusão: efetivamente, foram retirados de outro Projeto
fundamentos que sustentaram outros vetos e que não foram acolhidos na Casa. É a
repetição de argumentos colocados, invariavelmente, no Projeto, todos eles
entendendo que projetos similares a esse, Ver. Sebenelo, invadem a competência
privativa do Sr. Prefeito Municipal.
Ora,
o Estado do Rio Grande do Sul acolheu, inclusive, proposição do Deputado Vieira
da Cunha e já transformou em Lei essa disposição em todas as escolas públicas
estaduais. Lá não se entendeu invasão de competência, porque, efetivamente, não
há. A discussão que se instala, nesse particular, foi absolutamente resolvida,
há muito tempo, por mais de um parecer prévio que essa matéria teve, na medida
em que ela mudou até de período Legislativo e teve de ser reintegrada à Casa
através das medidas adequadas que o Regimento nos permite.
Então,
o que eu entendo, eu que fui partidário de que nós fizéssemos um esforço no
sentido de examinarmos os Vetos no dia de hoje, que essa matéria, por
coerência, deve não ser acolhida pela Casa, na medida em que, em última
análise, o que se impugna, aqui, é a capacidade do legislador Municipal ter
procedimentos símiles àquele que o legislador Estadual teve na sua respectiva
área de competência. Não há, e acertou bem isso o Ver. Dib, uma referência
quanto ao mérito.
O
Ver. Garcia estudou muito este Projeto, foi autor da recomendação pela
aprovação na Comissão de Finanças, ele que é um educador, Professor,
preocupou-se com o assunto, tentou, inclusive, em alguns aspectos, oferecer
alguma contribuição, foram acolhidos, existem Emendas que foram por nós mesmos
solicitadas, entre as quais a supressão do art. 7º do Projeto, que esse podia,
sim, gerar algumas impugnações de ordem jurídica.
Então,
eu entendo que não é por se tratar de um Projeto de nossa autoria que teve
longa tramitação na Casa, já que começou em 1998 e só foi objeto de liberação,
nesta Casa, em 2004, e nem por ser um Projeto da nossa autoria que eu venho à
tribuna pedir o não acolhimento das razões de Veto. Isso eu marco uma
coerência, tenho tido, sistematicamente, posição igual a que agora assumo em
matéria símile que tem ocorrido aqui na Casa. Com todo o respeito que o
Prefeito Substituto, Rogério Favreto, possa nos oferecer, ele foi extremamente
formalístico, mas só que lançou uma série de posições inadequadas ao Processo
que estava examinando. Até parece, Verª Helena Bonumá, que me dá atenção, que
ele se equivocou de Projeto, que ele lançou idéias que poderiam ser adequadas
em outro, porque falar em invasão de competência numa matéria como essa, eu não
sei se diminui a competência do Chefe do Executivo em pedir, através de uma
lei, condições para que se tomem medidas no sentido de proteção da criança no
Município de Porto Alegre, na Rede Pública Municipal, da mesma forma que ocorre
na Rede Pública Estadual.
Por
isso, Ver. Braz, V. Exª que já votou na Comissão de Justiça contra o
acolhimento do Veto, pela manutenção do Projeto, pondero a conveniência de esta
Casa, no resguardo até da sua soberania, em não acolher o Veto de S. Exª, o
Prefeito Municipal Substituto, quem firmou as razões, o Dr. Rogério Favreto,
Procurador-Geral do Município.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Renato Guimarães solicita Licença
para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Renato Guimarães e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar
a votação do PLL nº 066/98, com Veto Total.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz, colegas
Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, não há dúvida de
que o mérito do Projeto e a intenção do Ver. Reginaldo Pujol são importantes,
na medida em que se preocupa com a saúde das nossas crianças, dos nossos jovens
estudantes com até 6 anos de idade.
Mas
fora isso, uma lei, por óbvio, deve ser possível de ser aplicada e ter uma
justificativa, também. Veja que aqui ela se refere tanto às escolas municipais
quanto àquelas escolas conveniadas - que são muitas - com o Município de Porto
Alegre, e precisaria, portanto, haver uma fiscalização para verificar se a
mochila, a sacola que o pequeno estudante leva para a escola e, depois, leva de
volta para a casa, está de acordo com esse peso máximo estabelecido pelo Ver.
Reginaldo Pujol, que é 10% do peso do aluno.
Portanto,
nós já verificamos que todas as escolas – e por isso me parece correta a
posição do Sr. Procurador, Ver. Reginaldo Pujol, porque determina tarefas, cria
despesas para o Município -, teriam de ter uma balança e, cotidianamente, Ver.
Luiz Braz, ao chegar à escola, teríamos de pesar o aluno e a mochila.
Às
vezes, o que ultrapassa os 10% é o livro, é o caderno, ou é o conjunto de
lápis. Como é que a escola - pergunto ao Ver. Reginaldo Pujol ou algum outro
Vereador - iria proceder? A escola manda de volta o aluno cuja mochila
ultrapassou esse peso ou retira da mochila aquele elemento que faz com que o
peso seja ultrapassado? É uma lei de difícil, e até ouso dizer, de impossível
controle.
Dizia-me
também a Ver. Sofia Cavedon, ex-Secretária da Educação, que nós, das escolas
municipais, trabalhamos muito com os materiais coletivos; então, de certa
maneira, em algumas delas ficaria inócua a lei.
Portanto,
são muitas perguntas, Ver. Haroldo de Souza, já que vamos ter uma lei sem que
possa ser aplicada, sem possibilidade de fiscalização. Todas as escolas teriam
de ter na entrada uma balança: pesa todos os alunos e faz 10%, Ver. Dib; pesa o
aluno e pesa a mochila. Tem 10% pode, não tem 10% passa. Não entra ou retira o
que está passando; quer dizer, apesar da boa vontade do Ver. Reginaldo Pujol,
cujo interesse é a saúde dos nossos pequenos estudantes, acho que é uma lei
absolutamente inexeqüível. Por isso, nós votaremos a favor do Veto do Sr.
Prefeito.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação nominal o PLL n º 066/98.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
o Projeto por 18 votos SIM e 08
votos NÃO, considerando-se rejeitado
o Veto Total a ele aposto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 2688/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 180/01, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
denomina Unidade de Saúde Doutor Edson de Moura Braga a Unidade de Saúde Belém
Novo, localizada na Rua Florêncio Farias, 195, no Bairro Belém Novo.
Pareceres:
- da CCJ. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela manutenção do Veto
Total;
- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela rejeição do Veto Total;
- da COSMAM. Relator Ver. Almerindo Filho: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 07-06-04.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 05-06-04 (sábado).
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 180/01, com Veto
Total. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação (Pausa.) Não há quem
queira encaminhar. Em votação nominal o PLL nº 180/01. (Após a apuração nominal.)
APROVADO o Projeto por 18 votos SIM e 06 votos NÃO,
considerando-se rejeitado o Veto a ele aposto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 0002/02 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 002/02, de autoria da Verª Maristela Maffei, que
estabelece normas para a implantação de bicicletários no Município de Porto
Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Veto Total;
- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela rejeição do Veto
Total;
- da CECE. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela rejeição do Veto Total;
- da COSMAM. Relator Ver. Sebastião Melo: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 07-06-04.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 05-06-04 (sábado).
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 002/02, com Veto
Total. O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Luiz Braz, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, não há como não discutir este Projeto. Desde os
anos 70 se fala em ciclovias e bicicletários nesta Cidade, e onde elas estão? E
não querem que se discuta este Projeto? Vamos discutir este Projeto, sim, para
depois encaminhá-lo. É muita demagogia do Executivo! E aí a Verª Maristela
Maffei, com razão, pede-nos voto favorável. Mas, Vereadora, nem precisava de
Projeto de Lei, já existe lei implantando o sistema cicloviário na cidade de Porto
Alegre! Já há lei implantando os bicicletários! E nós votamos, favoravelmente,
para que este assunto seja pautado aqui na Câmara de Vereadores. Mas o que o
Executivo faz, além de vetar o Projeto, é não executar a Lei já existente, de
1991. O Plano Diretor prevê ciclovias como um modo de circulação na Cidade. O
Executivo regulamentou apenas uma parte do Plano Diretor, Ver. Haroldo de
Souza, somente a que pode ser construída; como circular na Cidade não foi
regulamentado. Aumenta-se o índice construtivo de uma região, aumenta-se o
número de habitantes de uma região sem prever como essas pessoas vão circular.
E aí, Ver. Pestana, nós precisamos de alternativas. Nós estamos numa Cidade que
só tem um meio de se locomover: via rodoviária. Uma concepção conservadora,
ultrapassada desta Cidade, com um Partido que veio aqui iludir o povo, dizendo
que tinha coragem de mudar, mas não mudou; mantém uma política conservadora,
ultrapassada, tendo como único meio de locomoção o rodoviário. Não há
transporte fluvial, embora exista lei que preveja isso, Ver. Luiz Braz; não há
um meio ferroviário de locomoção na cidade de Porto Alegre, e não há um sistema
cicloviário. Como é que a Cidade vai-se desenvolver, sustentavelmente, usando
unicamente o transporte rodoviário? Qualquer cidade que se preze tem vários
meios alternativos de transporte, e nós só podemos circular por meio
rodoviário; isso é muito ultrapassado, isso é muito conservador.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Beto Moesch, se valesse o mesmo critério que vale para
os demais projetos, como todas as Comissões rejeitaram o Veto, ele deveria ser
rejeitado de plano, mas V. Exª discorre muito bem sobre a necessidade de
bicicletários.
O SR. BETO MOESCH: Ver. João Antonio Dib, agradeço, mas
temos de discutir esse Projeto, porque esta questão é histórica na cidade de
Porto Alegre, e volto a insistir: nós temos uma Lei ordinária, de 1991, que
prevê o Plano Cicloviário para a cidade de Porto Alegre, com bicicletários; o Plano
Diretor prevê, e o Executivo não somente não o implanta, como ainda veta
projetos como esse da Verª Maristela Maffei, da Bancada do Prefeito - é bom que
se diga isso -, que vem tentar manter em Pauta a discussão, porque o projeto
serve somente para manter em pauta a discussão, porque os bicicletários já
estão previstos em Lei. Mas onde estão os bicicletários para o estudante, para
o trabalhador? Os trabalhadores não conseguem pagar ônibus de tão caro que é,
mas poderiam ir de bicicleta até o seu trabalho, como acontece aqui na Região
Metropolitana de Porto Alegre. Não precisamos andar mundo afora para constatar
isso, há aqui em Montenegro, Campo Bom, Sapiranga, onde os trabalhadores e
estudantes deslocam-se de bicicleta, como em qualquer país, Verª Sofia Cavedon.
Mas Porto Alegre não, porque tem um Executivo conservador, que não encara as
alternativas, que não respeita e não executa as leis, e ainda vêm aqui e veta
um projeto de lei. Isso é inadmissível, é uma afronta ao próprio Executivo, e
claro, ao Legislativo. Pelas ciclovias e pelos bicicletários da cidade de Porto
Alegre, votaremos a favor do Projeto da Verª Maristela Maffei, da situação.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para discutir o PLL nº 002/02, com Veto Total.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tive a oportunidade de dar um Parecer na
Comissão de Educação e Cultura ao Veto do Sr. Prefeito, referente ao Projeto da
Verª Maristela Maffei, que estabelece normas para a implantação de
bicicletários no Município de Porto Alegre. Esse é um tema que temos
acompanhado desde quando eu ainda presidia a Comissão de Saúde e Meio Ambiente,
pois, naquela oportunidade, conversava-se, ouvia-se e aprendia-se muito com os
ambientalistas, com as pessoas que usam a bicicleta como sistema de transporte
e as pessoas que fazem o seu esporte por meio do ciclismo.
O
que nós vimos é que, apesar de Porto Alegre ser uma Cidade que há 13 anos
possui uma definição por Lei para criar um sistema de transporte que garanta a
convivência entre as bicicletas e os automóveis, ainda não teve implantada essa
Lei pelo Executivo Municipal.
A
ausência de uma política pública que garanta os circuitos de bicicletas, as
ciclovias, tem feito com que inúmeros acidentes, inclusive, aconteçam,
fundamentalmente, com uma população jovem, que, até por uma questão cultural,
usa mais as bicicletas que os adultos. O Projeto da Verª Maristela Maffei
corresponde a uma demanda, a uma reivindicação de uma parcela da população
porto-alegrense.
Na
semana passada, nós tivemos a oportunidade de aprovar nesta Casa um Projeto,
também nessa área, de minha autoria, que dá a responsabilidade de que nas
propagandas dos ônibus da Carris sejam
incluídas, entre outras campanhas, a campanha “Respeite o ciclista”. Essa
questão, inclusive, do trânsito de bicicletas está prevista no Código Nacional
de Trânsito, mas é no Município que as coisas acontecem. É preciso, portanto,
que as políticas públicas municipais garantam a efetividade das políticas de
transporte urbano. Então, a construção dos bicicletários viria, exatamente,
favorecer o trânsito de bicicletas e ampliaria o uso das bicicletas como um
meio de locomoção para os locais de trabalho. Assim acontece nas cidades
modernas, assim acontece nas cidades que têm uma política ambiental e de
trânsito, que trabalha a questão do tráfego, respeitando os vários meios de
transporte. Então, eu vou votar contra o Veto do Exmo Sr. Prefeito e
a favor da construção dos bicicletários na cidade de Porto Alegre.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra
para discutir o PLL nº 002/02, com Veto Total.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, o Projeto de Lei da Verª Maristela Maffei, que
estabelece normas para a implantação de bicicletários na cidade de Porto Alegre
não é um assunto novo - nem o bicicletário, nem as ciclovias. E digo que não é
novo, porque, na minha memória, se não anterior a este, um Vereador se dedicou
– se não me falha a memória, também era da situação – a este assunto, que foi o
Ver. Vicente Dutra, que trabalhou bastante nesse assunto. Mas o que me deixa
pasmo é que uma Cidade com a estrutura e com o tamanho de Porto Alegre não tem,
hoje, ainda, uma solução que seja, no mínimo, palpável, para que as ciclovias
sejam implantadas na Cidade.
Se
há tanto tempo se discute, por que a tão propalada e falada qualidade da cidade
de Porto Alegre - que nós reconhecemos que é boa -, mas, dentro dessa
qualidade, muitas outras cidades que têm muito menos qualidade no País - e fora
dele então, nem se fala -, tem ciclovias eficientes. Talvez, lá, por outras
razões e outros motivos: pela vontade de se transportar de bicicleta. Mas,
aqui, é por absoluta necessidade, pois o País entra numa onda de desemprego
acelerado e faz com que as pessoas não tenham como se dirigir de um ponto a
outro da Cidade, porque não têm dinheiro. Elas não têm dinheiro para se
transportar! Por isso, a bicicleta se faz importante num País como este de
tantos contrastes. O contraste da grande Cidade, da Cidade com melhor qualidade
de vida, propalada pela Administração, não quer colocar uma ciclovia e acaba de
vetar um Projeto da sua Bancada, da Bancada situacionista, da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, que dá normas para a regulamentação dos
bicicletários.
Interessante
que outro Vereador, que era do Partido dos Trabalhadores – hoje, não sei em que
Partido está – fez normas para que se instalasse, dentro da Câmara Municipal de
Porto Alegre, um bicicletário, mas, infelizmente, esse mesmo Vereador não fez
normas para a Cidade; fez somente aqui para dentro. E, agora, por coincidência,
a Verª Maristela Maffei, que também é do Partido dos Trabalhadores, faz uma
norma legal. A intenção é das melhores, só que deve ficar bem claro, aqui, que
o Executivo Municipal não tem vontade de implantar as ciclovias. Elas não são
bem vistas. Têm-se pela Cidade trajetos pintados no chão, que se cruzam ou se intercalam
com o trânsito normal. Isso não é ciclovia. Isso não é nem intenção de
ciclovia. Infelizmente, a cidade de Porto Alegre está com um mau serviço, com
uma má discussão sobre as ciclovias. Aí concordo com o Ver. Beto Moesch, quando
ele diz que esse é um bom motivo para que nós puxemos a discussão da
implantação da ciclovia na Cidade.
Quando
se executa a grande obra, a magnânima obra da Administração de 16 anos, que é a
3ª Perimetral, não se vê também, a preocupação, numa obra daquele tamanho, com
a ciclovia. É uma obra em que foi gasto tanto o dinheiro do Banco Mundial
quanto o da própria cidade de Porto Alegre, mas lá, Ver. Beto Moesch, não há
ciclovia. Quantos milhões foram gastos na obra que não foi inaugurada, que está
sendo inaugurada por pedaços - inaugura uma obra de arte, inaugura um pedaço,
mais um pedaço, mais um quilômetro, inaugura o outro viaduto, e assim vão
inaugurando pedaços -, porque a obra não pode ser inaugurada, porque não está
acabada, mas, nessa obra, a mais avançada da Cidade, não há ciclovia. Onde está
a ciclovia da Perimetral? Não há vontade político-administrativa confirmada por
parte dessa Administração. E chegam ao cúmulo de vetar um Projeto de Lei da sua
própria Bancada.
Pois
nós, do PPS, vamos apoiar a idéia e vamos, através dessa idéia, levantar o
problema e a discussão, que é mais profunda do que a do bicicletário, mas o
bicicletário serve para levantar a discussão. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
Em
votação nominal o PLL nº 002/02. (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 14 votos SIM, 03 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES,
considerando-se mantido o Veto a ele aposto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 4248/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 270/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
denomina Rua Peixes um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro
Rubem Berta.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Carlos Pestana: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 07-06-04.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 09-06-04 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 270/03, com Veto
Total, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Em votação nominal
o PLL nº 270/03. (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto, por 12 votos SIM e 05 NÃO,
considerando-se mantido o Veto a ele aposto.
Queremos registrar a presença de 52 alunos da 3ª Série do
Colégio Sévigné de Porto Alegre e das Professoras Rosane Carneiro e Solange
França. Sejam muito bem-vindos à nossa Casa, a Casa do Povo!
Também
queremos registrar a presença do nosso grande amigo, e sempre amigo desta Casa,
ex-Deputado Ibsen Pinheiro.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 4255/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 276/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
denomina Rua Lira um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem
Berta.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Carlos Pestana: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 07-06-04.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 09-06-04 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 276/03, com Veto
Total. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu quero dar o meu
encaminhamento da Mesa para não perder tempo. Eu acho um absurdo não aceitar
uma rua com nome de Peixes ou com nome de Lira, se nós usamos os signos para
todas as atividades humanas. Mas, de qualquer forma, o Prefeito em exercício
assim fez. Saúde e PAZ! Eu voto favoravelmente ao Projeto e contrariamente ao
Veto.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não há mais quem queira encaminhar. Em
votação nominal o PLL nº 276/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto, por 15 votos SIM e 07 NÃO, considerando-se mantido o Veto a ele aposto.
Queremos
agradecer a presença dos representantes da Vila Maria da Conceição, presentes
no nosso plenário. Sempre nos trazem muita alegria vindo aqui para discutir os
seus problemas.
(O
Ver. Elói Guimarães assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Uma vez destrancada a Pauta, com a
votação de Vetos, nós pediríamos às Lideranças que oferecessem à direção dos
trabalhos uma proposição no sentido de votarmos as matérias do interesse mais
imediato. O Ver. Carlos Pestana está com a palavra.
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Presidente, Ver. Elói, nós acordamos aqui
os Requerimentos para serem votados e posteriormente deve-se votar o Projeto do
Comude. Estamos vendo outra possibilidade, mas vamos arrolar primeiro os
Requerimentos e depois a gente volta a se dirigir à Presidência para
estabelecer o restante da Pauta. Os Requerimentos são os de nºs: 106, 107, 85,
113, 112, Requerimento s/nº de autoria do Ver. Ervino Besson; e Requerimento
s/nº, de autoria do Ver. Beto Moesch.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Com a palavra o Ver. Sebastião Melo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu faria um apelo ao
nosso Líder do Governo para a seguinte reflexão: desde o início do ano há, de
certa forma, em vários momentos, uma sinalização de votar dois Projetos aqui na
Casa que seriam o da Previdência e a questão do Comude. Até se discutiu, em
vários momentos, se seria primeiro o Comude e segundo a Previdência, ou
vice-versa. Ver. Reginaldo Pujol, que nos dá atenção, eu faria um apelo para
que nós entrássemos de imediato na discussão e votação do Comude. Assumimos o
compromisso de votar os Requerimentos no final, sob pena de, se nós entrarmos
na votação dos Requerimentos, agora, como é do Regimento, cada um pode
encaminhar a matéria, e, daqui a pouco, não teremos quórum. Acho que essa
matéria não é boa para a oposição, é boa para Porto Alegre. E, por ser boa para
Porto Alegre, sei que tem a compreensão do Governo Municipal, porque significa
trazer recursos para a municipalidade.
Então
faço um apelo para que votássemos primeiro o Comude, PLCL nº 021/03 e depois,
logo em seguida, entrássemos nos Requerimentos. Essa é a nossa posição, da
Bancada do PMDB, não sei se é seguida por outras Bancadas nesta Casa, mas é a
nossa posição.
O SR. ERVINO BESSON: Ver. Elói Guimarães, agora eu que faço um
apelo ao nobre colega Ver. Sebastião Melo: nós acordamos, acertamos com a Mesa,
hoje de manhã, que votássemos alguns Requerimentos que já estão vencidos, que
dependem de tempo. Sem encaminhamentos, Vereador. Isso é questão de minutos.
Foi um acerto que fizemos com a Mesa, então eu gostaria que V. Exª, Vereador,
concordasse com o que foi mais ou menos acertado com a Mesa para que nós
votássemos alguns Requerimentos sem encaminhamentos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento feito pelo
Líder do PT, Ver. Carlos Pestana. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 106/04, de autoria do Ver. Nereu D'Avila. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação o Requerimento nº 107/04, de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 085/04, de autoria da Verª Helena Bonumá. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário do Ver.
João Antonio Dib.
Em
votação o Requerimento nº 113/04, de autoria do Ver. Raul Carrion.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com os Votos contrários dos Ver. João Antonio Dib e
Haroldo de Souza.
Em
votação o Requerimento nº 112/04, de autoria da Verª Maristela Maffei. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento s/nº, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Beto Moesch. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Nereu D'Avila solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 16 e
17 de junho de 2004, conforme atestado médico anexo.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Nereu D’Avila e dada a posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
De
imediato, ingressamos na discussão geral e votação.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 3341/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 021/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
dispõe sobre a criação, estruturação e funcionamento do Conselho Municipal de
Desenvolvimento - COMUDE.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,§ 1.º, I, da LOM;
- por resultar empatado,
deixa de constar o Parecer da CCJ, nos termos do art. 54, § 1.º, do Regimento
da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 01-03-04;
-
discutiu a matéria, em 01-03-04, o Ver. C.Sebenelo;
-
retirado da Ordem do Dia em 01-03-04;
-
reincluído na Ordem do Dia em 04-03-04.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLCL nº 021/03, de autoria
do Ver. Cláudio Sebenelo. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
colegas Vereadores, colegas Vereadoras. Ver. João Bosco Vaz, que me dá atenção,
eu acho que estamos votando um grande Projeto neste momento, discutindo e
depois fazendo a votação de um grande Projeto.
O
Governo do Estado, do meu Partido, junto com o seu e tantos outros, hoje tem a
responsabilidade de administrar; entendeu, Ver. Dib, que deveria construir a Consulta
Popular para dividir a responsabilidade de bem gerir a coisa pública. Dessa
forma, o Governo mandou uma Lei à Assembléia, Ver. Pedro Américo, hoje é uma
Lei Estadual, e estabeleceu diretrizes pelas quais a Consulta Popular deve-se
realizar, criando os conselhos regionais e, dentro dos conselhos regionais, os
conselhos locais, municipais, que são os Comudes. O Comude não existe em Porto
Alegre, porque o Sr. Prefeito Municipal, Sr. João Verle, equivocadamente, não
constituiu o Comude, porque ele e o seu Partido entendem que a única forma de
participação popular é o Orçamento Participativo. Eu quero dizer que estão
equivocados os que pensam assim; em primeiro lugar, estão desrespeitando quem
ganhou a eleição, a participação popular não é uma obra do PT, ela é uma obra
de várias cabeças constituídas ao longo de um tempo, que na Constituinte foi
consolidada. As Constituições Estaduais disciplinaram essa matéria, e as Leis
Orgânicas também assim o fizeram. Então, não há uma forma apenas de
participação popular. Nós achamos que a Consulta Popular é mais avançada que o
OP. Primeiro porque ela é Lei, ela não é um apêndice apenas do Executivo, sem
uma legislação; segundo, Ver. Cassiá, ela tem um outro eixo, ou seja, ela é
muito honesta, quando o cidadão é chamado a discutir e votar, Ver. Pestana, a
Lei estabelece o quanto ele está decidindo. No OP, as pessoas decidem sobre
tudo e o limite é o céu, mas a sua realização, depois, vem para o campo da
realidade.
No
Governo do Estado, quantas obras foram aprovadas no OP do Governo Olívio Dutra?
Dezenas, centenas. Quantas foram concluídas? Poucas. Alguém há de dizer: “Mas o
seu Governo fez a Consulta Popular e pouco ainda realizou”. Também é verdade,
mas vai resgatar, Verª Helena Bonumá, na sua plenitude, a Consulta do ano
passado. Foram 300 e poucos milhões. É pouco! Mas quem decidiu sabia que era
isso. Está cumprida? Ainda não.
Então,
eu li atentamente a reportagem da Bancada do PT, e acho que deveriam olhar um
pouquinho para Brasília. Eu acho que essa gente, aqui, gostava de falar no
mundo, gostava de falar sobre tudo, sobre o Brasil, mas agora não olha mais
para Brasília. Por quê? Eu vejo um Governo, Ver. Beto, que está estabelecido há
um ano e meio e não falou em participação em nenhum momento, o Governo do Lula.
Eu vejo que o Governo do Lula, cada vez mais, aperfeiçoa em Brasília uma coisa
chamada: operação toma-lá-dá-cá. Isso ele está aperfeiçoando a cada dia. Então,
alguém há de dizer: “Mas a Consulta Popular, os senhores, do Governo do
Estado... ela não é tão ampla”! Bom, eu quero dizer que ela é mais avançada que
o Orçamento Participativo, mas, mesmo assim, eu desafio a Bancada do Governo,
que faz duras críticas no jornal sobre a Consulta Popular. O que eles tem a
dizer sobre a Consulta Popular do Governo Federal? Faltam dois anos e meio de
Governo, será que há possibilidade de implantá-la? Ou será que vai ser na base
da liberação de emendas para votar salário mínimo de 260 reais? E ainda vão
comemorar com uísque Logan depois que o aprovam.
Então
eu quero, Sr. Presidente, fazer este debate com maturidade. Eu não quero
enveredar para o campo da crítica, pela crítica, Ver. Pedro Américo Leal, mas
eu não posso aceitar uma reportagem dessas que vem fazer demagogia de um
governo que discursa para os pequenos e governa para os grandes! E querer falar
do instrumento extremamente sério que é a Consulta Popular, que foi aprovada,
que é avançada, e depois dizer...
Já
vou encerrar, Sr. Presidente. Eu me sinto envergonhado de ter visto aqui o que
eu vi na Previdência: o Orçamento Participativo ser manipulado, levando pessoas
para comer churrasco aqui na Churrascaria Garcia's e depois vindo aqui para a
arquibancada para vaiar Vereador que era contrário à Previdência! Isso é que eu
acho vergonhoso! Usar o Orçamento Participativo dessa forma! Por isso eu queria
aqui encerrar e dizer que volto a esta tribuna com certeza, e quero registrar
que este é um grande Projeto para a cidade de Porto Alegre: a Consulta Popular.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidente Elói Guimarães, demais
Vereadores e Vereadoras desta Casa, estou surpreso com a fala do Ver. Sebastião
Melo, porque em nenhum momento veio a esta tribuna explicar efetivamente não só
o Projeto referente à questão do Comude, mas fundamentalmente sobre os recursos
que foram aprovados conforme Lei do Governador Rigotto, ou seja, respeitando as
regras estabelecidas por aquele que venceu legitimamente as eleições no nosso
Estado. Pois a Consulta Popular só trata de 3% do Orçamento Estadual, ao
contrário do OP Municipal que trata de 100% dos recursos. Esses míseros 3% dos
quais cabem somente 2% para Porto Alegre, aí sim, dá uma dimensão do que efetivamente
representa Porto Alegre para o Governo do Estado, para o PMDB, para o Partido
do Ver. Sebastião Melo. São 2% dos 3%, e mesmo esses míseros recursos de um
Estado que sequer olha para a capital não foram cumpridos. Sobre a total falta
de recursos, sobre a total falta de investimentos o Vereador sequer falou uma
palavra. A mesma estranheza nós sentimos quando aqui esteve o Secretário de
Educação José Fortunati; veio solicitar a votação da Lei que cria os Comudes,
mas, infelizmente, também não esclareceu a esta Casa sobre onde estão os
recursos que foram conquistados o ano passado. Onde estão os investimentos que
nós construímos aqui nesta Cidade, conforme a regra de um Governo, volto a
dizer, legitimamente eleito nas urnas para governar o nosso Estado. Não veio um
tostão sequer até agora, dos 3% e, desses 3%, 2% vêm para Porto Alegre, dos 4
milhões! E é esse o tamanho da importância que Porto Alegre tem para esse
Governo, o Governo de um Partido que tem a ousadia de colocar outdoors na Cidade! Onde não há moradia
popular, não há governo popular.
E
eu pergunto: quantas casas construíram? Quantos recursos destinaram para a
moradia popular em Porto Alegre? E eu respondo: zero! Zero! Não têm nenhum
compromisso com a moradia popular, porque não é um governo popular.
Quantos
recursos foram, legitimamente, conforme as regras, designados para a área da
Segurança, Ver. Leal, que, efetivamente, foram investidos em Porto Alegre? Eu
digo: zero!
A
Consulta Popular não destinou nada para a Segurança em Porto Alegre! É um
governo incompetente, que não cumpre nem com aquilo que estabeleceu e vem
comparar com o Orçamento Participativo?! Uma trajetória de 15 anos nesta
Cidade, que realizou mais de 85% das obras previstas no caderno! Não tem
comparação! Não há sequer qualquer tipo de parâmetro com o Orçamento
Participativo!
O
nosso Orçamento Participativo, o nosso Orçamento, que foi construído com o
conjunto da população, é reconhecido pela população! E tanto é reconhecido que
nos coloca na administração do Município por 15 anos, e tenho certeza de que
vai-nos colocar por mais quatro anos! Tem o respeito, tem a participação,
porque, efetivamente, cumprimos com aquilo que está colocado no nosso
Orçamento. Cumprimos com aquilo que acordamos com a população de Porto Alegre!
Então,
votar o Comude sem sequer vir aqui esclarecer, não a nós, Vereadores, mas
àquela população que acreditou na palavra do Governador Rigotto, quando dizia,
nas eleições, que manteria o que havia de positivo no Governo do Estado, e,
entre isso, estava o Orçamento Participativo. Não manteve! Criou a Consulta
Popular, reduziu a participação, reduziu os investimentos sobre os quais a
população pode, efetivamente, participar.
E,
mais do que isso, entrega uma lista já preestabelecida e não construída com a
população! Mas, mesmo assim, sequer cumpriu, em Porto Alegre, qualquer um dos
investimentos previstos na Consulta Popular. É zero! É zero! E é zero! É a nota
que esse Governo merece na relação com a população, porque não tem
absolutamente nada da consulta popular que foi construída de acordo com as
regras estabelecidas pelo Governo do Estado na nossa Cidade.
Foram
só 4 milhões, e, desses, não veio nada para Porto Alegre!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo a Emenda de nº 01 ao PLCL nº
021/03 (Lê.): “Substitui a redação proposta para o artigo 5º do Projeto,
acrescenta artigo e suprime os artigos 6º e seu parágrafo único; 7º e seus
incisos VIII, IX e X, conforme segue.”; e a Emenda nº 02 ao PLCL nº 021/03
(Lê.): “Substitui a redação proposta para os artigos 1º, 2º, 3º e 4º do PLCL
supra, que passa a ser art. 1º com os parágrafos e incisos abaixo.”; bem como
Requerimento de destaque dos artigos 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 22
e 25, conjuntamente.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente no exercício dos
trabalhos, Ver. Elói Guimarães, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
gostaria, Ver. Sebastião Melo, da sua atenção, até porque tenho muitas
restrições sobre o Orçamento Participativo da forma que ele é partidarizado.
Portanto, o meu discurso, aqui, é de que não posso, embora discorde do processo
do Orçamento Participativo, que é uma peça partidária, em que as diretrizes, o
planejamento é estabelecido pelo Prefeito, induzindo o eleitor a achar que está
decidindo pela Prefeitura.
O
Comude passa por aqui, portanto, nós temos condições, Ver. Sebenelo, de
fiscalizá-lo e essa é a nossa tarefa no momento em que é consolidado nesta
Casa, é aprovado nesta Casa.
Portanto,
quero deixar bem claro o meu posicionamento, eu tenho restrições quanto a esse
tipo de processo pela questão de que ele vai muito partidarizadamente. Se o
Comude tomar a mesma direção que tomou o Orçamento Participativo, eu serei
combativo, serei firme e vou fiscalizar porque para mim não interessa, para a
comunidade de Porto Alegre não interessa se são 2 milhões, 3 milhões, 10
milhões, o dinheiro tem de ir para a Saúde, para a Educação, para a Habitação,
as comunidades precisam se mobilizar! Se o outro Governo deu mais, esse dá
menos! A questão é que a população quer saber se vai melhorar isso que ela está
precisando, principalmente nas periferias; se a Educação terá uma maior
valorização. Por exemplo, onde há mais analfabetos é onde há menos escolas Ver.
Sebenelo.
Então,
nós queremos saber como é que vai ser tratada, no Comude, a Educação! Nós
queremos saber se para a Saúde nós vamos ter alguma participação e a comunidade
será beneficiada nesse aspecto.
A
Segurança Pública no Município, que está um caos, com a Prefeitura alegando que
essa é uma tarefa constitucional do Estado, quando nós entendemos que o
Município tem de se preocupar, sim, tem de dar a sua parcela de colaboração.
Então, esses aspectos são fundamentais, como a geração de emprego. Dias atrás,
eu falei aqui que a Prefeitura Municipal, quando estava o Fernando Henrique no
Governo Federal, dizia que a tarefa de geração de emprego era do Governo
Federal. Agora, como o Lula está lá, parece que eles vão entrar na realidade e
trabalhar por Porto Alegre na geração de empregos.
Então,
esse tipo de procedimento, de um Partido estar e o outro já não está mais, não
me serve. Eu tenho liberdade e independência de entender que, embora vote o
Comude, que vai passar por esta Casa, com a fiscalização desta Casa, com a
aprovação desta Casa, eu serei fiscalizador para ver se, realmente, isso que
está sendo prometido para a comunidade porto-alegrense vai ser cumprido. Caso
contrário, voltarei a esta tribuna, criticarei e exigirei do Governo do Estado
aquilo que prometer, principalmente nessas áreas fundamentais, para as
comunidades e para o porto-alegrense mais carente.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Cassiá Carpes, com toda atenção ao seu discurso, eu lhe faço
uma pergunta: o Orçamento Participativo passou por esta Casa?
O SR. CASSIÁ CARPES: Não.
O Sr. Cláudio Sebenelo: Mais do que isso, todo o Poder
Judiciário participa, todas as Cidades, o Presidente da Câmara, o Prefeito, os
Vereadores não fazem parte do Conselho concorrente. Então, me parece
fundamental ver a amplitude que tem, pluripartidária, a meta partidária, acima
do Partido.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sem dúvida, não queremos, volto a frisar,
a partidarização do Comude, como acontece no Orçamento Participativo. Não pode
ser exclusivo de um partido político, quem tem de ser beneficiado não são os
partidos políticos, quem tem de ser beneficiada é a população de Porto Alegre.
Volto a frisar, voltarei a esta tribuna, se eu sentir que há partidarização e que
não tem objetivo estabelecido pela Lei, pelo Comude, que passa por esta Casa
com a nossa fiscalização. As comunidades têm de participar para que nós
possamos ampliar esse debate e, circunstancialmente, saber se aquelas
comunidades em que foram eleitas as prioridades serão cumpridas pelo Comude.
Obrigado, Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu fico imaginando que o Ver. Carlos Pestana acha
que o povo tem memória curta. Eu tenho dito, Ver. João Dib, que para governar,
depois do PT, o sujeito tem que ser arqueólogo, porque eles deixam a máquina
pública em ruínas.
Nós
assumimos o Governo do Estado pela vontade popular e encontramos uma máquina
com 4 bilhões e 700 milhões de rombo deixado pelo Governo que discursava para
os pequenos e governava para os grandes. Nós encontramos um Governo que
antecipou o ICMS de janeiro de 2003 para pagar a folha de dezembro; nós
encontramos um Governo que foi a Brasília, sentou com o Fernando Henrique e
estadualizou dois mil quilômetros de estrada dizendo que, a partir de então, o
Rio Grande do Sul passaria a conservar as estradas e pôs mais um bônus de
dinheiro para pagar o 13º salário; nós encontramos um Governo que deixou 800
milhões de reais, Ver. Elói Guimarães, empenhados. Aí, Ver. Pestana, V. Exª
queria que nós investíssemos, no primeiro ano, o quê? Eu queria que V. Exª
dissesse quais foram os investimentos que o seu Governo fez, porque eu tenho os
dados aqui para discutir um por um, dado por dado. Eu acho que V. Exª tinha de
telefonar para a Secretária Sandra Fagundes, que vem na Comissão de Saúde que
eu presido, - e as notas taquigráficas estão à disposição de V. Exª -, que diz
que, só no ano passado, o Secretário Osmar Terra repassou 15 milhões de reais
para a Saúde, em Porto Alegre; é caso de polícia, nós temos que prender o
sujeito que está vendendo ficha na fila.
Mas,
então, o senhor que representa, aqui, este Governo neoliberal recauchutado do
Presidente Lula, um Governo que prioriza a compra de avião com sauna e corta o
leite das crianças do Norte e do Nordeste, o senhor tem a cara-de-pau de vir,
aqui, e dizer que o Governo do Rigotto não faz investimento? Um Governo que,
até agora, investiu 1,76 daquilo que colocou no Orçamento até esses seis meses!
Isso, incluindo, Ver. Dib, a prestação do avião presidencial.
Agora,
eu quero dizer, Ver. Pestana, que a consulta popular é mais avançada, porque
ela é Lei. Segundo, o senhor está dizendo que é 300 milhões, mas o cidadão não
vai comprar "gato por lebre"; no seu Governo, se comprava "gato
por lebre".
O Sr. Carlos Pestana: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Sebastião Melo, o Ver. Rigotto assumiu este Governo sabendo
das dificuldades. Mesmo assim, assumiu o Governo e prometeu que iria dar esses
míseros 3% e por que, até agora, não deu nada para Porto Alegre?
O SR. SEBASTIÃO MELO: Este Governo, do qual eu tenho orgulho de
pertencer, trouxe 10 bilhões e 500 milhões de investimentos para o Rio Grande,
no ano passado. Este Governo, do qual eu tenho orgulho de pertencer, hoje
diminui mortalidade em centenas de Municípios com o programa Infância Melhor,
repassando recursos aos Municípios para tratar das crianças de zero a três
anos. Este Governo, que Vossa Excelência vem aqui querer desmoralizar, é um
Governo que recompôs a paz no Rio Grande do Sul e é capaz de conviver com as diferenças.
Então,
eu gostaria que Vossa Excelência viesse a esta tribuna e dissesse se houve
consulta popular para comprar o avião do Presidente Lula. Eu gostaria que Vossa
Excelência falasse da operação toma-lá-dá-cá, estabelecida de forma vergonhosa
no Congresso Nacional. Eu já vi coisa feia, já vi coisa extraordinariamente
feia, mas eu não tinha visto tamanha barbaridade, como eu tenho visto neste
Governo, nesta negociata que se estabeleceu no País. Se o senhor quiser fazer
um debate sobre a consulta popular, vamos fazer. Agora, se o senhor acha que
vai fazer esse tipo de debate e vai sair com o lombo liso, não vai sair, porque
os senhores vão ter de explicar.
Vereador
Braz, 20 anos enganando os funcionários públicos, as corporações, os operários.
Chega ao poder, discursa para os pequenos, come galetinho no ABC paulista, e
governa com a catedral do capitalismo nacional e internacional. Essa é a forma
petista de governar, que V. Exª, o Líder do Governo, tem que vir aqui explicar.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, com certeza absoluta, Ver. Pestana,
este Projeto dos Comudes supera, e muito, a idéia que o Governo de V. Exª
trouxe do Orçamento Participativo. Eu vou dar um dado aqui e fazer um desafio a
Vossa Excelência. É o seguinte: no Projeto do Orçamento Participativo, durante
todos os anos – e vamos falar do Governo do Estado –, todas as aprovações de
obras que foram feitas, de verbas, através do Orçamento Participativo, não
tinham nenhuma ligação real, não obedeciam à realidade do Orçamento do Estado.
No caso dos Comudes, nós vamos ter essa ligação. Só vão ser aprovadas as obras
de acordo com aquilo que está sendo votado no Orçamento. E aí, Ver. Pestana, eu
desafio V. Exª a desmentir o dado que eu vou apresentar na tribuna. Só na área
da Educação, o Governo de V. Exª, através desse tal de Orçamento Participativo,
aprovou, em obras, e deixou para o Governo Rigotto pagar, cerca de 3 bilhões e
400 milhões de reais. Sabe o que significa isto? É um Orçamento total para o
ano todo da Secretaria da Educação, sem que a Secretaria pudesse nem mesmo
comprar qualquer papel a mais. Teria de gastar somente para fazer cumprir as
promessas que o Governo de V. Exª fez para a população, dizendo que podia fazer
essa ou aquela obra, somente nas promessas que o Governo de V. Exª fez. Estão
lá aprovados, somente na Secretaria de Educação, 3 bilhões e 400 milhões de
reais – olhem o dado fantástico! Quer dizer, a Secretaria não poderia fazer
absolutamente mais nada se fosse cumprir as promessas do Governo de V. Exª Ora,
como é que se pode trabalhar assim? Isso não é sério, isso é liquidar com a
sociedade, isso é liquidar com a administração, e aí, de uma maneira maldosa,
ficam a cobrar todos os dias nos programas de televisão, Ver. Sebastião Melo,
que o Governo Rigotto não cumpre as suas promessas, as promessas que eles
fizeram, as promessas que o PT fez lá no Orçamento Participativo. Mas não pode
cumprir, gente! Não é sério isso!
E
eu acho até que deveria existir uma lei que pudesse punir seriamente aquele
político que fizesse aquelas promessas que são feitas pelo Governo petista para
não cumprir e apenas para enganar a população; acho que deveria ter uma lei que
pudesse realmente responsabilizar esses políticos que assumem esses cargos e
que enganam a população dessa forma.
Eu
estou dando um dado aqui que é real, e é por isso que estou fazendo um desafio:
que venham aqui e que me desmintam. Eu estou dizendo que o Governo petista
aprovou, prometeu, 3 bilhões e 400 milhões de reais em obras para deixar para o
Governo Rigotto, e, agora, cobra do Governo Rigotto: "Faz aí as obras”.
Mas não tem, é o Orçamento do ano todo, não podia nem ligar uma torneira para
cumprir as promessas petistas.
Este
é o desafio que faço: venham aqui e me desmintam; os dados são reais, os dados
são absolutamente reais.
Ora,
se queremos mudar essa forma, se o Governo Rigotto está propondo uma forma de
mudança na participação popular... Porque é claro, ninguém é cego, todo mundo,
Ver. Cassiá Carpes, tem de ser partícipe da idéia de que temos de trazer cada
vez mais a população para dentro dos Parlamentos, para dentro das
administrações para que possamos realmente repartir até mesmo as
responsabilidades do que nós vamos fazer, conversar com a população, saber das
necessidades; agora isso, realmente, é real, essa participação popular, mas de
uma forma séria. Não pode ser dessa forma proposta pelo PT, porque essa forma
apenas engana as pessoas, essa forma apenas ilude as pessoas, essa ilusão que
vem mantendo o Partido dos Trabalhadores há tanto aqui na Prefeitura Municipal.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, um dia, o ex-Vereador Clóvis Ilgenfritz ousou apresentar um
Projeto institucionalizando o Orçamento Participativo. Eu acho que ele perdeu
prestígio no PT, porque no Partido dos Trabalhadores não é conveniente que haja
uma fiscalização eficiente em cima daquilo que está escrito. A lei não foi
feita para o Partido dos Trabalhadores. Podem ter certeza, porque é freqüente a
agressão do Partido dos Trabalhadores na sua administração à Constituição, à
Lei Orgânica e contra a população desprotegida, porque as associações de
bairros perderam a vez.
Depois,
outros Vereadores - inclusive o Ver. Lauro Hagemann - tentaram fazer lei para o
Orçamento Participativo, para que pudéssemos fiscalizar com tranqüilidade
aquilo que o famoso Orçamento Participativo fazia para a população
porto-alegrense. E nunca foi conseguido. O Projeto nunca conseguiu tramitar.
Mas eu vou-me valer do velho e bom ex-Vereador Heriberto Back, do PT, advogado,
petista militante, ainda. (Lê.): “Nos tempos da nossa Uampa livre, e um
Collares, às vezes prepotente, em geral respeitoso, às vezes irreverente, mas
sempre valente, quem dirigia a reunião era o Conselho Popular, e o pau pegava.
E o Prefeito botava a cara para apanhar... E não tinha nada disso de o Prefeito
dar a última palavra. E quem conhece o Collares sabe que é metido. Mas o máximo
que fez foi dirigir uma assembléia junto com a Direção da Uampa ou a direção do
Conselho Popular. E a gente sabe que a Uampa era comandada pelo PT, com a
presidência do Valdir Bohn Gass. Não tinha nada desta ordem tutelada de hoje.
Pena que estava muito em cima da eleição e isto estragou tudo, pois começou a
natural e inevitável disputa entre os Partidos, e, aí, vale tudo...
Mas
eram assembléias mais democráticas e respeitosas, mesmo quando eram quentes e
terminavam em tumulto, como uma assembléia na Grande Cruzeiro, com o salão da
Igreja Santa Tereza superlotado, que quase terminou numa briga física entre o
Diretor do Departamento de Limpeza e Urbana e o Polaco, um gurizinho do PT, lá
da associação da Vila Tronco, tão provocador quanto o Vieira...
Com
o Olívio, começou a tutela, mas ao menos era respeitador. Ouvia e depois fazia
o discurso de encerramento, sempre dizendo que encarava com naturalidade as
críticas do povo trabalhador. Só perdeu mesmo a estribeira naquela famosa
reunião na Prefeitura em que a burocracia desligou os microfones. E a gente
também perdeu as estribeiras com ele.
O
Tarso, em geral, sempre fez discursos “imperiais” no encerramento das reuniões
do Orçamento”.
Eu
acho que essas reuniões tuteladas pela Prefeitura têm obras listadas há quinze
anos. Desde a primeira reunião do Orçamento Participativo, há obras listadas
que ainda não foram realizadas. Agora, quando querem trazer para Porto Alegre
um benefício que pode ser fiscalizado, que pode ser examinado, aí a Bancada da
situação, a Bancada da Frente ”Para Pular” não aceita. É por isso que eu não
entendo. Esse Projeto foi apresentado em dezembro do ano passado e foi colocado
na Ordem do Dia no início de março deste ano; nós estamos quase no final do
primeiro semestre e hoje o estamos discutindo. Espero que seja votado e
aprovado. Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
Mas
é claro que nós entendemos, Ver. Cassiá, que quando o Governo Rigotto, o
“coração bonzinho” ganhou a eleição, ele mesmo não imaginava que fosse ganhar,
foi uma grande surpresa e um grande marketing
eleitoral do cara bonzinho, que não brigava com ninguém, mas que, na verdade,
não tinha projeto absolutamente nenhum. Nós vemos isso, porque a mesma
orientação que havia anteriormente no Governo Britto, que deixou o Governo do
Estado absolutamente endividado, e que foi administrado com altivez e honradez
pelo Governo Olívio Dutra, e que nós aqui
hierarquizamos, dentro do Orçamento Participativo popular, obras
fundamentais para o nosso Estado, com a descentralização da economia, com a
descentralização das políticas agrícola e agrária do nosso Estado.
E
o que vemos hoje: a mesma orientação do velho PMDB - quando no governo Sarney
-, que tinha a maioria no Congresso Federal e no Senado e nada fez; ao
contrário, abriu caminho para o grande ideólogo Fernando Henrique Cardoso
acabar com o nosso País, iniciando com a venda da Vale do Rio Doce.
Mas,
em relação ao Projeto, Ver. Elói Guimarães, nós vamos votar este Projeto porque
achamos que é democrático. Por exemplo, estarem aqui presentes, hoje, o Sr.
Ibsen Pinheiro, representante do Governo Rigotto, e o Sr. Gothe, da Secretaria
de Educação do Estado, no plenário, convencendo os Vereadores a votar no
Projeto, é normal. Mas quando são os Secretários do PT - aí é invasão do PT! O
PT invadiu a Câmara de Vereadores! Nós, Sr. Gothe, representante do Governo
Rigotto, achamos que a sua presença neste Parlamento é absolutamente
democrática. Com o que nós não concordamos, vamos com as questões práticas:
Colégio Eva Carminatti; Colégio de 2.º Grau Rafaela Remião; Colégio Teresa de
Noronha, na Lomba do Pinheiro. Alguns exemplos do que é a falta de
responsabilidade e do não-investimento das questões do Governo Estadual. Só
aqui estão seis colégios que haviam sido hierarquizados, ganharam as obras e o
Governo Rigotto, do coração bonzinho, vem sangrando a comunidade de Porto
Alegre. Não existe respeito com a população.
Essa
é a diferença, não é a questão da implementação do Comude; é a questão da
legitimidade, e o Comude também é orientado, democraticamente, por um Partido,
Ver. Braz. Essa é a diferença entre a minha fala, Vereador, e a sua. Eu não
acho que é demagogia implementar o Comude. A demagogia está, Vereador, quando,
realmente, se executa ou não. E a diferença é que o Orçamento Participativo,
além de ter a participação popular, é executado; e nos Comudes, no seu Governo,
do Governo Rigotto, até agora, nós não vimos ser executado, a não ser uma
questão, primeiro, do Orçamento dos Comudes, apenas 2% é discutido; segundo, os
milhões que foram investidos para as "pequenas" empresas, como a
Souza Cruz e Gerdau, com isenção. E esse dinheiro sai de onde? Dos cofres
públicos, que poderia ter pago o 13º salário, por exemplo, dos funcionários
estaduais; poderia ter pago em dia o funcionalismo estadual. Não pagaram,
parcelaram também. E não cumpriram as obras hierarquizadas, nem mesmo os 2%
dentro da primeira rodada em nível estadual dos Comudes.
É
isso que nós estamos discutindo, esse tipo de caráter e de honestidade. A gente
tem de ter responsabilidade nesta tribuna. O Governo que V. Exas. defendem,
Ver. Dib e Ver. Luiz Braz, e todos os que vêm aqui defendê-lo, como o Ver.
Sebastião Melo, que assumam, então, a responsabilidade de estar governo. E tem
de participar, na prática, do OP para aprender conosco como se faz política
séria. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Helena Bonumá está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, de
fato cinco minutos são pouco para este debate, porque se trata de uma questão
que, para a cidade de Porto Alegre, é fundamental, que é a experiência de
democratização da gestão pública que nós temos desenvolvido há 16 anos nesta
Cidade.
O
Ver. Sebenelo traz para esta Casa a proposta do Governo do Estado de
organização dos Conselhos Municipais. Já é um primeiro problema, porque se
trata de uma ingerência, trata-se de um desrespeito à autonomia que o pacto
federativo, entre os entes federativos, traz no seu espírito, porque vem o
Governo do Estado dizer como a população de Porto Alegre vai-se organizar para
discutir os investimentos do Estado na cidade de Porto Alegre. Se fosse, de
fato, uma experiência, uma proposta democrática, o Governo ouviria a comunidade
de Porto Alegre para saber de que forma essa comunidade, que já tem uma
experiência - que é distinguida no mundo inteiro -, que já participa
concretamente da decisão sobre o Orçamento Público Municipal, e entenderia a
melhor forma para se organizar.
Portanto,
o primeiro registro que eu quero fazer é do autoritarismo que significa o
inverso da democracia dentro desta proposição. E que, do nosso ponto de vista,
fere, sim, o espírito da relação do Pacto Federativo.
Também,
muito patética a frase que o Vereador nos traz, de que o Comude tem como
objetivo a aproximação da sociedade com a classe política representada aqui
pelos Vereadores. Eu acho que a classe política brasileira deveria, e
particularmente os Vereadores - com eleições neste ano -, ter a preocupação de
manter uma relação mais orgânica e permanente com a sua base - a qual pretendem
representar -, sem precisar de expedientes desse tipo para estar estabelecendo
uma relação concreta com a base social que representa.
Mas,
quero - são inúmeros os dados - me contrapor ao Ver. Cassiá Carpes quando se
refere à questão da Segurança Pública e da partidarização do Orçamento
Participativo. Em relação ao tema da Segurança Pública, a consulta popular do
Governo do Estado orçou, para Porto Alegre, 561 milhões de reais, dos quais não
temos, Ver. Cassiá, nenhum centavo empenhado até agora. Para o Governo do
Estado, no seu conjunto, foram 21 milhões e 310 mil reais e não temos nenhum
centavo desses recursos empenhados até agora. Isso é Orçamento de 2003; não é
Orçamento de 2004. Nós temos matéria da Zero Hora (Mostra jornal.) mostrando
que o efetivo da Brigada é o menor desde 1989. Nós temos matéria de capa da
Zero Hora (Mostra jornal.) falando na falta de integração entre as polícias de
rua e a cúpula da Segurança Pública. Isso, sim, Ver. Cassiá Carpes, trata-se de
partidarização. E o Orçamento Participativo tem segmentos da comunidade com
várias representações partidárias, ele é uma experiência reconhecida no mundo
inteiro. Agora - estava fazendo uma reflexão -, eu me pergunto: será ousadia
desta Câmara Municipal voltar as costas para essa experiência do Orçamento
Participativo e apresentar uma proposta vinda de cima para baixo, uma proposta
autoritária, que fere o Pacto Federativo, que concretamente significa um
retrocesso em relação a uma prática social de 16 anos consolidada nesta Cidade?
Pergunto-me se seria uma ousadia desta Casa estar voltando as costas para essa
experiência e estar assumindo um modelo que é ultrapassado? Não acho que seja
ousadia. Não acho que seja coragem. Acho que é falta de perspectiva histórica;
acho que esta Casa, infelizmente, na sua maioria, está fora da história. Fora
da história que o mundo tem vindo construir aqui em Porto Alegre com as três
edições do Fórum Social Mundial, que foram realizadas aqui com segmentos
governamentais e sociais de todo o mundo, que buscam construir alternativas
para a situação do nosso planeta, Ver. Beto Moesch, e que em 2005 estarão,
novamente, em Porto Alegre.
Esta
Casa está fora da história, e esta Casa traz para votação, aqui, para uma
comunidade que quer, sim, manter a sua autonomia, a sua determinação. E é por
isso, Ver. João Dib, que o Orçamento Participativo não é Lei aprovada por nós
nesta Casa, porque nós queremos manter a autonomia do povo de Porto Alegre na
decisão sobre a forma de organização e votação do Orçamento; sobre a forma que
ela, a comunidade, vai assumir esse processo, e isso representa uma diferença
abissal, Ver. Luiz Braz, de concepção.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn inscreve-se e cede
seu tempo para a Verª Helena Bonumá para discutir o PLCL nº 021/03.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Srª Vereadora, agradeço pelo aparte. Quero dizer que cedi o tempo
a V. Exª para que pudéssemos estabelecer um diálogo e um debate real sobre a
matéria. Vereadora, nós tínhamos que descer às bases em que hoje o Orçamento
Participativo está sendo aplicado. E lá V. Exª vai encontrar o
descontentamento, a tristeza das comunidades que não vêem atendidas suas
demandas, mesmo pelo Orçamento Participativo, Vereadora – não vou alongar o
assunto para não abusar da generosidade de V. Exª só porque eu cedi-lhe o tempo;
quero até que V. Exª discuta, debata, não vou abusar dessa gentileza
parlamentar sua. O erro do Orçamento Participativo, que foi constituído
historicamente... Há uma comunidade sedenta de participação popular, porque nós
somos a favor da participação popular verdadeira, mas que não venha de cima
para baixo, que não venha do Gabinete do Prefeito, que não venha da
Coordenadoria que funciona ao lado, anexa ao gabinete do Prefeito, como hoje
funciona. Infelizmente, a realidade dos depoimentos que o Ver. Luiz Braz tomou
há anos, nesta Casa, é que é um Orçamento verdadeiramente manipulativo, de
controle da vontade, e em que há o descontentamento. Quando se realizam as
reuniões, imediatamente vai alguém do Governo ali segurar a angústia e a
ansiedade da comunidade ali presente. E resolve pontualmente o problema, mas
não resolve as demandas da sociedade. Aí é que está o equivoco: não valoriza,
Vereadora. O Comude valoriza a participação das comunidades organizadas em
associações de bairros, clubes de mães e demais participações populares.
Obrigado, Vereadora.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Vereador, eu também agradeço pelo tempo,
e quero dizer que os Comudes têm uma composição - a maioria - de dois terços de
membros natos; a possibilidade de participação concreta e direta da comunidade
é extremamente restrita. Então, é uma coisa completamente engessada e
diferente. Nós temos 40 membros eleitos para 83 membros natos.
Eu
gostaria também de, aproveitando o tempo cedido pelo Ver. Isaac Ainhorn,
responder ao Ver. Sebastião Melo, que, infelizmente, não vejo no plenário neste
momento, dizendo que alguém que ouve o discurso de um parlamentar do PMDB aqui,
fica surpreso. O Ver. Sebastião Melo vem falar da política brasileira como se
não fosse o Partido dele um Partido historicamente, de muitos anos, décadas,
majoritário no Congresso Nacional; como se não fosse o Partido, Ver. Guilherme
Barbosa, do Senador Jader Barbalho, conhecido em todo o País pelo seu grau de
corrupção; o Partido do Senador Luiz Otávio - agora, infelizmente, o Congresso
Nacional votou a indicação dele para o Tribunal de Contas da União -, que é um
bandoleiro, alguém que tem diversos processos contra ele, que esteve preso.
Então, o Ver. Sebastião Melo tem de começar preocupando-se com o seu Partido e
começar a se preocupar com o seu Governo.
Do
Governo Rigotto, diz uma manchete na capa do jornal Zero Hora, do dia 12 de
abril deste ano, portanto uma publicação insuspeita do ponto de vista do
Governo Rigotto: “Programas de combate à miséria excluem 63% das famílias mais
pobres”, mostrando, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, que, do Programa
Família Cidadã e o Programa Bolsa Família, que nós tínhamos, antes, no Governo
Olívio Dutra, agora o Governo Rigotto faz a exclusão de 277 mil famílias.
Duzentos e setenta e sete mil famílias abaixo da linha da pobreza, excluídas
pelo Governo Rigotto, do Programa Família Cidadã! E o Piratini assume que tem
dificuldade de cumprir promessas da consulta popular.
Trata-se,
Srs. Vereadores, de uma diferença de concepção do que é democracia. Nós, aqui,
nesta Cidade, já temos, há 16 anos, uma experiência que não é perfeita, que não
é acabada, que não é pronta. Por isso, nós somos contrários a que ela seja
consolidada numa lei. Ela é uma experiência viva que, do ponto de vista
histórico, tem pouco tempo de realização, que queremos que continue. E com a
experiência vivida e construída pelo povo da nossa Cidade – e aqui me refiro
aos companheiros da Maria da Conceição, que são lideranças comunitárias que
estão nos acompanhando hoje –, experiência construída de democracia
participativa, Ver. Isaac Ainhorn, que tem sido reconhecida no mundo inteiro.
Por
isso é que eu digo que esta Casa está fora da história, que esta Casa está de
costas para a história, de costas para o mundo! Porque o mundo inteiro vem a
Porto Alegre porque reconhece que aqui existe uma proposta em construção,
reconhece que aqui existe uma esfera de participação popular, de gestão pública
democrática, com participação popular, que é muito rara de acontecer no mundo,
num período tão prolongado, numa cidade tão importante como Porto Alegre, que
hoje conta no mapa do mundo pela importância política do processo que aqui se
realiza.
Portanto,
sinto muito que esta Câmara esteja fora da história, de costas para o mundo.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero apregoar duas Emendas, a nº 3 e a
nº 4, ao PLCL nº 021/03, assinadas pelo Ver. Professor Garcia (Lê.): “Emenda nº
3. Dá nova redação ao art. 21 do Projeto, como segue: Art. 21 - As reuniões
realizadas pela Assembléia Geral Municipal, pelo Conselho Municipal e pela
Coordenação do Conselho Municipal deverão ser registradas em ata, com a
nominata dos participantes e as decisões colhidas. Justificativa. Da Tribuna.
Sala das Sessões, 16 de junho de 2004.
Emenda
nº 4: Dá nova redação ao art. 23 do Projeto, como segue: Art. 23 - O Poder
Executivo regulamentará esta Lei Complementar, no que couber. Justificativa. Da
Tribuna. Sala das Sessões, 16 de junho de 2004”. Assinadas pelo Ver. Professor
Garcia e pelo Ver. Carlos Pestana, ambas.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. ADELI SELL: Cara Presidente, Verª Margarete Moraes,
colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, discutir esse Projeto é
de suma importância. Eu começo por fazer uma reflexão sobre o nosso modo de
trabalhar, o nosso modo de agir e sobre as nossas atitudes. Evidentemente, por
sermos seres humanos e, como tal, imperfeitos, nenhuma obra nossa pode ter a
perfeição. Acho que jamais se pode chegar aqui e dizer que o Orçamento
Participativo, mesmo com os acúmulos que há aqui em Porto Alegre, seja um modo
perfeitíssimo da população se expressar, até porque, durante a sua história,
nós que somos o Governo Municipal, propusemos alterações e, nos nossos debates,
com o acúmulo da nossa experiência, por acreditarmos na participação da
população, estamos dispostos evidentemente a fazer reformulações, e devemos
fazer. Agora, podemos fazer algumas comparações.
Eu
tenho um documento aqui do Conselho Regional de Desenvolvimento, da Região
Metropolitana, do Delta do Jacuí, de 1998, com os dados da participação
naquelas atividades; e há um outro, de 1999, já então na gestão Olívio Dutra.
Simplesmente, num houve a participação de 6 mil; no outro, 12 em números redondos,
ou seja, exatamente o dobro. Por mais imperfeito que seja o Orçamento
Participativo, pegando apenas um dado, aqui de Porto Alegre, nós conseguimos
colocar, pelo nosso método de trabalho, o dobro de pessoas. Isso que o
Orçamento Participativo do Estado é mais complexo do que no Município. Então,
se eu partir por aí, já posso dizer que a forma que nós apresentamos é melhor,
e não é uma questão de bater no peito, como fez aqui o Ver. Sebastião Melo, mas
é de comprovação com números, porque não adianta vir aqui dizer que eu sou
perfeito, o meu Partido é perfeito, e, se a gente começa a comparar as coisas,
a gente vê que a perfeição não está na face da terra, ela tem de ser construída
paulatinamente por nós.
Então,
eu queria questionar o Projeto, a partir inclusive da experiência acumulada nos
últimos anos, eu creio que se nós tivéssemos a capacidade de dialogar, coisa
que pouco acontece no Parlamento, seja aqui em nível Municipal, seja ali, ao
lado da Catedral, na Assembléia Legislativa ou no Planalto Central. O mundo
atualmente não está muito para diálogo. Eu creio que o Ver. Luiz Braz, que nos
acompanha, deve concordar, mas esse é um grande problema deste século, o
desentendimento e a incapacidade que nós temos de articular formas perenes,
permanentes de participação e formas perenes de uma gestão pública, porque
também podíamos, aqui, discutir o Estado máximo, Estado mínimo; não, nós temos
que ter o Estado ideal, equalizado.
Eu
conversava, há pouco, com o Gothe, por exemplo, sobre os dilemas da falta de
professores, da questão do número de horas que as pessoas trabalham ou que
deixam de trabalhar, enfim, nós não temos maneiras permanentes e sólidas de
organização da população e da estrutura estatal. E é por isso que nós temos
essas dificuldades, quando nós devíamos discutir o aperfeiçoamento do que
existe. E o que existe, de fato, é uma experiência exitosa; limitada, a bem da
verdade, mas exitosa do Orçamento Participativo. Mas nós ficamos numa
discussão: se a gente legaliza ou não legaliza, ou melhor, institucionaliza ou
não institucionaliza; essa é a palavra exata. Agora, a gente vem com uma nova
proposição, trazida pelo nobre Ver. Sebenelo, e nós estamos, aqui, nesse
dilema, enquanto a população busca ver atendidas as suas demandas. As suas
demandas devem ser atendidas por ampla participação popular, e aquilo que for
decido tem de ser cumprido. Eu posso dizer, inclusive, que sim, algumas obras
atrasam, mas quem imaginaria, por uma outra forma que não o Orçamento
Participativo, os agricultores de Porto Alegre conseguirem um trator e um
caminhão. Eu duvido que conseguiriam de outra maneira a não ser pelo Orçamento
Participativo. Essa é a experiência; essa é a realidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu estou extremamente preocupado com o tempo que nós estamos
perdendo aqui, e concordo com a Verª Helena Bonumá, que diz que muita gente
está de costas para o mundo. E esta Casa hoje tem a possibilidade de ficar de
costas para o mundo, porque nós estamos discutindo aqui, olha, eu nem sei a
palavra correta, se é sexo dos anjos, se é irresponsabilidade. O que nós
estamos discutindo? Estamos discutindo a criação do Conselho Municipal de
Desenvolvimento, que, pelo Plano de Participação Popular do Governo Rigotto, é
a forma de Porto Alegre ter a possibilidade de receber recursos do Estado para
o seu desenvolvimento. Eu queria que alguém aqui me dissesse que não quer
receber dinheiro, pois o Partido dos Trabalhadores está dizendo isto: “Não
queremos dinheiro do Estado para Porto Alegre”. Isto é muita
irresponsabilidade. Isto é um crime contra a população.
Estava
aqui há pouco tempo a Dona Andréia lá da Divinéia, e está aqui o seu Argemiro e
outras pessoas dignas lá da comunidade Maria da Conceição. Estão testemunhando
que Porto Alegre parece que não quer receber recursos para investir nas
comunidades. No ano passado, já perdemos 9 milhões de reais só na área da
Educação, e este ano, se não for aprovado, hoje aqui, vamos perder mais 7
milhões só na área da educação. Já perdemos na área da Saúde, no ano passado,
para o Hospital de Pronto Socorro; estava aprovado e não foi recebido, porque
não tem uma Lei que decida esses assuntos e que possa receber estes recursos
via Prefeitura. É muita irresponsabilidade, justamente do Governo que está aí
há 16 anos, e que há 15 anos não aplica o que deve aplicar em Educação, somente
um ano aplicaram os 30% em Educação. E no ano retrasado, o Prefeito João Verle
também não aplicou em Educação; uma vergonha! E agora estão ainda fazendo
“boquinha” para receber dinheiro do Estado, que vai beneficiar a Saúde, a
Educação, as necessidades da nossa Capital.
Porto
Alegre tem quase 300 vilas irregulares, e muitas, a maioria delas, em situação
de risco; tem um déficit habitacional de 80 mil moradias.
E
agora querem enviar recursos para cá, e estamos dizendo “não, não quero, porque
o meu sistema é melhor, porque o outro sistema é melhor”. É uma vergonha!
Ver.
Gerson Almeida, eu nunca vi alguém recusar dinheiro para investir na população
carente. É uma vergonha!
Dizem
assim “Ah! não, o método do Governo Olívio é melhor”. O Governo Olívio, graças
a Deus, acabou! Acabou! Há outro governo! Acabou! Respeitem o outro Governo!
Por que isso?
O Sr. Gerson Almeida: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Agradeço pela gentileza, e só quero registrar que, como membro da
Comissão de Finanças e Orçamento, veio uma resposta do Tribunal de Contas a uma
solicitação, se não estou enganado, da sua lavra, quanto ao gasto em Educação,
e o Tribunal afere que, de fato, Porto Alegre gasta o mínimo constitucional.
Parece
que a sua consulta já foi satisfatoriamente respondida pelo Tribunal de Contas.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Pois é, veja como manipulam as
informações.
V.
Exª está manipulando as informações.
O
Tribunal disse que respeita a Constituição Federal. Agora, qual é a nossa
Constituição Municipal? É a Lei Orgânica do Município!
A
Constituição Federal manda 25%, e a nossa Lei Orgânica manda investir 30%.
Manipulam as informações!
O
Governo petista não gasta o que deve gastar em Educação há 15 anos.
E,
depois, vem manipular as informações aqui. Essa é a tristeza! E não querem
receber recursos para a Educação e para outros setores importantes para o nosso
desenvolvimento.
Estamos
aqui optando pelo subdesenvolvimento, pela miséria, pela pobreza, pela
subabitação. É uma vergonha!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
(Pausa.) Ausente.
Quero
cumprimentar e registrar a presença da comunidade da Maria da Conceição na pessoa
da Líder Comunitária Marilia Fidel e do Dilmair, mais uma vez sejam bem-vindos
nesta Casa.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu queria cumprimentar, Srª Presidenta e
Srs. Vereadores, os membros da comunidade que nos visitam e que ontem tiveram
um papel destacado na Comissão de Direitos Humanos e na criação de um instituto
popular, que busca a impugnação do resultado do Conselho Tutelar que se elegeu
no último domingo.
O
que está em discussão aqui, agora, não é mais se o Orçamento Participativo,
discurso de 16 anos do Partido dos Trabalhadores, que está no seu ocaso, ou se
o Conselho Municipal de Desenvolvimento vai ou não cumprir. O que está se
debatendo aqui é que é necessário, é imprescindível, segundo uma Lei Estadual,
que, burocraticamente, seja criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento, e,
por intermédio dele, por intermédio da escolha disseminada na população, que
basta ter o Título de Eleitor para votar, que, pela sua formulação, não permite
contaminação ideológica e nem domínio das instituições, em detrimento da
vontade da população. Não permite domínio partidário, não permite domínio de
poder; é uma instituição que se cria de baixo para cima, e que, aos poucos – e
já se cobra a execução no mês de junho, tendo até dezembro o prazo para a
liberação da verba, e que vai ser feito, e que vai ser imediatamente começado o
Projeto do ano de 2003, nós vemos agora que é indispensável que, para a
adjudicação dessas escolhas na cidade de Porto Alegre na área da Segurança, na
área da Educação, na área da Saúde, onde serão feitas reformas no Pronto
Socorro, pagas pelo Estado, onde serão adquiridas, na área da Segurança, 52
viaturas para a cidade de Porto Alegre, cuja concorrência encerrou-se ontem, e
que, por um preço extraordinário, nós estamos comprando viaturas modernas, 52
delas já tendo decidida a concorrência.
Veio
aqui o Secretário da Educação José Fortunati pedindo que não se deixe de criar
o Comude para que a população de Porto Alegre tenha direito aos benefícios do
Comude na área da Educação. Diz o Secretário que não podia abrir mão, como
Secretário, dos inúmeros benefícios, das reformas em prédios, inclusive da
compra de tecnologia, de aparelhos de computação eletrônica de ensino às
crianças, em todas as áreas, na área de energia elétrica; todas as áreas serão
beneficiadas na cidade de Porto Alegre, de escolhas feitas no ano de 2003 para
serem executadas em 2004, e já estão sendo executadas. É imprescindível que,
para que essas benfeitorias da Cidade sejam viabilizadas, do ponto de vista
burocrático, do ponto de vista de passagem de uma verba de um Poder para o
outro, é indispensável que hoje nós tenhamos a criação do Comude.
Por
isso estamos aqui, ninguém quer discutir mais, e todo mundo já sabe como é a
que é a questão do Orçamento Participativo, todo mundo já tem a sua opinião,
mas é importante a criação do Comude, não mais do que importante, é
indispensável, sem o qual não virão para cá as benfeitorias das verbas
estaduais aplicadas na cidade de Porto Alegre.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Srª Presidenta, para um Requerimento,
para o bom andamento da discussão desse Projeto, eu li, é bem verdade, sem o
aprofundamento necessário, as Emendas apresentadas pelo Ver. Carlos Pestana.
Depreendi, nesta leitura preliminar, que essas Emendas são inconstitucionais,
porque, na verdade, aqui se trata de uma adaptação de uma lei estadual. Portanto,
eu não posso dar uma denominação diferente daquilo que a lei estadual
estabeleceu, que é a Lei da Consulta Popular. Todavia, eu pediria, em regime de
urgência urgentíssima, que fosse consultada a Procuradoria da Casa para que
emitisse um parecer sobre isso, porque se a Emenda é inconstitucional,
evidentemente ela deve ser desentranhada, na nossa avaliação, do Processo, da
peça principal.
O SR. CARLOS PESTANA: A afirmação do Ver. Sebastião Melo é
profundamente equivocada. A Lei da Consulta Popular não restringe, ela cria a
necessidade dos Conselhos, ou seja, ela exige, para ter o repasse, a
necessidade dos Conselhos. Agora, a composição dos Conselhos tem a autonomia
dos Municípios. Admira-me que o Ver. Sebastião Melo, que veio à tribuna várias
vezes, por exemplo, na discussão da Previdência, defender a autonomia dos
Municípios, venha agora aqui pregar uma ingerência absurda do Governo do Estado
que não só determina a criação do Conselho, mas diz para o Município como é que
o Conselho deve ser constituído! Ora, se fosse assim, não haveria necessidade
de nós estarmos discutindo aqui a criação de uma lei, porque já estaria
estabelecido em lei estadual!
Então,
com todo o respeito ao Ver. Sebastião Melo, mas essa afirmação é totalmente
infundada e, o que é pior, procura restringir um debate e a nossa colaboração,
inclusive no sentido de aperfeiçoar e melhorar a Lei proposta pelo Ver. Cláudio
Sebenelo.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, colegas Vereadores e
Vereadoras, eu, na verdade, vou sair um pouco dessa discussão sobre se é bom o
Governo Rigotto, se não é bom o Governo Rigotto, se é boa a Administração
Popular ou não. Eu quero debulhar um pouquinho o Projeto, vou no mérito do
Projeto, Ver. Dib, porque, por meio disso, eu quero defender, então, uma tese.
Porque, se nós formos na linha do Ver. Sebastião Melo, se é constitucional ou
não o Projeto, as Emendas, na verdade o Projeto todo é inconstitucional, porque
dá estrutura, dá tarefa para o Prefeito, isso aí já liquidaria o Projeto no seu
todo. Mas eu quero me valer, na discussão do mérito, de um estudo feito pelo
nosso colega de Bancada Ver. José Valdir, porque, aí, nós vamos entender,
exatamente, qual o mérito da estrutura do Projeto proposto pelo Ver. Sebenelo.
Vejam
só, o Comude, Ver. Sebenelo, tem uma parte de membros natos. Eles são: o
Prefeito Municipal, o Presidente ou a Presidenta da Câmara de Vereadores, o
titular do Judiciário - que inclusive não existe no Município, mas deve ser o
estadual -, o titular do Ministério Público, todos os Vereadores, Parlamentares
que têm domicílio na Cidade, todos os Vereadores, 32 mais a Presidenta ou
Presidente, todos os Deputados Estaduais que têm domicílio aqui. Na avaliação
de hoje, mais os Deputados, que seriam 27, todos os Deputados Federais com
domicílio em Porto Alegre, mais 17; Senadores, os três têm domicílio em Porto
Alegre. Portanto, hoje, com a composição do Parlamento Estadual e do Parlamento
Federal, somam, Ver. Besson, 83 membros. Só esses, que são natos, e todos
ilustres componentes. Nenhuma representação popular, portanto, do ponto de
vista formal, quero dizer. Depois, os membros eleitos: 10 do Sindicato dos
empresários; 10 do Sindicato dos trabalhadores; 10 cidadãos honorários. Isso
somam 40, que seriam populares, os empresários, os cidadãos, tudo bem. Então,
um total de 123. Portanto, são 83 membros natos, 67%; mais de dois terços do
Comude são fora da representação popular, lato
sensu, são todos com estrelas nos ombros, pois esses determinam tudo o que
Conselho vai fazer, se quiser, porque eles são mais de dois terços.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador Guilherme, apenas para corrigir um dado que Vossa
Excelência deu. Vossa Excelência disse que são os 33 Vereadores... Só o
Presidente da Câmara é membro nato; os Vereadores, não; só os Parlamentares
estaduais e federais com domicílio em Porto Alegre. Os Vereadores não estão
nessa relação.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Tudo bem. Os Vereadores não, mas o
restante continua. Mas quantos são? Retira 32, ficam 51, Ver. Sebenelo, de 123;
quase a metade da composição do Comude é de notáveis! Além de 10, que
representam os empresários! De representação popular, realmente, seriam só 10!
Essa é que é a verdade! Seriam só 10!
Portanto,
essa é a tese que eu quero defender aqui. Na verdade, é uma discussão entre uma
representação em que o Executivo não tem nenhuma participação no Conselho do
Orçamento Popular. O Executivo tem dois representantes sem direito a voto! Eles
só falam, quem vota de fato é a representação popular eleita em todas as
assembléias! O Ver. Isaac Ainhorn vem aqui e fala que não-sei-quê nas
assembléias... Nunca foi numa reunião do Orçamento Participativo! Eu só vi
alguns poucos Vereadores desta Casa em reuniões do Orçamento Participativo. Uma
era a Verª Clênia Maranhão, que foi a algumas reuniões. E alguém vem falar que
há obra que não está feita... Sim, há obra que ainda não está feita, mas, se
considerarmos esses 16 anos, são 85%, e muitas outras em andamento, vamos
chegar perto dos 100% de obras realizadas e aprovadas, que não é o que está
acontecendo agora, e nós vamos ter uma estrutura de notáveis.
Na
verdade, o que se quer é que a Câmara de Vereadores e a Assembléia Legislativa
dominem o processo de discussão! Povo mesmo, muito pouco, até porque, antes,
todo mundo tem de se inscrever no Conselho, em vez de ser na reunião, como é a
nossa reunião do Orçamento Participativo, em que as pessoas se inscrevem na
entrada. Imaginem se as pessoas todas da Cidade vão ter de se dirigir ao
Conselho para se inscrever antes! É uma complicação! Não funciona!
Na
verdade, é para a Câmara de Vereadores e a Assembléia Legislativa dominarem
todo o processo! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero registrar a presença do Ver. Eliseu
Argolo de Moraes, do PDT de São Luiz Gonzaga, que já foi Presidente daquela
Casa; quero dizer-lhe que é muito bem-vindo à nossa Casa.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Verª Margarete Moraes, presidindo os
trabalhos, colegas Vereadores e cidadãos que nos acompanham, é de fato louvável
que o Governo Estadual esteja se preocupando em constituir algum tipo de
consulta à população sobre o Orçamento Público. Eu diria que estamos fazendo
escola em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul pela história que temos de
democratização do Estado Público, de 16 anos em Porto Alegre diluindo o Poder,
chamando a população a discutir o conjunto do Orçamento, discutindo com ela a
receita, discutindo com ela a despesa. Pela experiência que este Estado viveu
de Orçamento Participativo Estadual, não era possível um Governo, que seguisse
essa rica experiência, não ter nenhuma proposta. De fato, cada Governo tem o
direito e o dever de ter propostas em relação a como gerir o Orçamento.
O
debate que queremos fazer aqui é que a população do Rio Grande do Sul e a
população de Porto Alegre já experimentaram um processo muito mais avançado,
que aposta muito mais na cidadania do que o que está proposto pelo Governo
Rigotto. A participação direta dos cidadãos na discussão do Orçamento Público é
inédito, é inusitado, e tem modificado substancialmente as políticas públicas.
Porto Alegre se beneficiou muito com isso, não algumas pessoas, mas o conjunto
de Porto Alegre, porque ela tem crescido de forma mais parelha, ela tem
incluído os que mais precisam.
O
Orçamento público, o investimento, retrata de fato a necessidade das pessoas, e
esse é um dos problemas - além de todos os aqui já levantados pelos colegas -,
que apresenta a proposta do Governo Rigotto. Ele define, por Decreto, o
percentual a ser investido em cada área. E eu queria entrar um pouquinho mais
nesse aspecto, porque apresentar uma consulta popular e dizer: "Bom, vocês
decidam o que vai ser investido, mas a nós, a
priori, estabelecemos que na Educação é 26%, no DAER é 15%, na Saúde é 13%,
etc." Vou pegar a Habitação, na forma como foi proposta, de 1,19% do
Orçamento.
Em
Porto Alegre, nos últimos quatro anos, se não me engano, ou mais, a cidadania
tem definido a Habitação como primeira necessidade, a maior necessidade da
cidade de Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul. E a proposta de
participação o Governo do Estado coloca, a
priori, antes de ouvir a população, que o percentual para Habitação é de
1,19%. Então, há, aqui, um equívoco muito grande que é se, de fato, há uma
vontade política de dialogar com as necessidades da população.
Portanto,
para fazer consulta popular é preciso que as prioridades dos temas a serem
investidos sejam discutidos com a população, construídos com a população,
porque é a população que vai dizer o que é a sua prioridade. Para Porto Alegre,
a prioridade é a Habitação, há horas, tanto que a Administração Popular, há
vários anos, vem investindo a maior parte dos recursos em Habitação, em
milhares de casas populares.
O
Governo Rigotto está de costas para isso, não quer ouvir a população, o que ela
vai priorizar. Lá, no Interior, em Passo Fundo, em Santa Maria, não será a
Habitação, será outro aspecto, talvez, o Transporte, a Educação, e isso é
condição inicial para decidir aonde vai a maior parte dos investimentos.
Então,
aqui, o debate que estamos fazendo e não nos negando a fazer, Ver. Nedel, nós
fizemos. Porto Alegre fez a consulta popular no ano passado e até agora não
recebeu nada da consulta popular. Esforçou-se e fez, e o Governo Rigotto está
de costas para a cidadania de Porto Alegre. O que nós queremos fazer aqui é tentar
incluir o que nós já avançamos em termos de participação popular que ajuda
muito mais os governantes a acertar e a política pública de fato traduz as
necessidades da população votando nos Comudes.
Não
existe apenas uma forma de participação, mas existe uma construção de anos da
cidadania de Porto Alegre que pode, sim, melhorar e muito esse projeto que
deixa muito a desejar à história e à construção política de cidadania deste
Estado e desta Cidade. Obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03, por transposição de tempo do Ver. Elias Vidal.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, há um interesse muito grande nessa matéria,
porque, em última análise, discute-se, eu diria, um certo chavão que é a
chamada democracia participativa.
Mas
o que vem a ser, realmente, Ver. Mauro Zacher, democracia participativa? A
história nos mostra isso. É quando o cidadão tem o poder de decisão. Ele tem o
poder de decidir sem necessariamente passar pelos seus representantes, ou os
seus representantes avalizam, votam aquilo que foi deliberado pela sociedade.
Isso é democracia participativa. E a democracia participativa não pode
suplantar democracia representativa, porque é impossível, em certas ocasiões, a
população, como um todo, decidir certas coisas.
E
a história mostra, realmente - Ver. Pestana, que gosta muito de debater esse
assunto -, que nós temos de evoluir no processo democrático. E só a democracia
representativa é ineficaz, é injusta, porque não garante a participação efetiva
da sociedade.
Mas
como é que se faz a democracia participativa? De várias maneiras. O Partido dos
Trabalhadores, sabiamente, introduziu o Orçamento Participativo, o qual eu
respeito. Eu já fui Conselheiro do Orçamento Participativo, de 1995 a 1997, com
muito orgulho, representando parte do Movimento Ecológico, onde aprendi muito,
onde o próprio Orçamento, o próprio Conselho mostrava que precisava se
aprimorar, havia essa auto-avaliação constante de aprimoramento, pois
representava parcela da sociedade na organização da Cidade e desenvolvimento
urbano. Agora, nós não podemos dizer que o Orçamento Participativo seja, de
forma mais eficaz, a participação da sociedade como um todo. É a participação
da sociedade em parte, porque ela discute, Ver. Wilton, uma parcela, uma parte
do Orçamento, ela não tem como decidir tudo sobre a Cidade, como quis ou tentou
vender o Partido dos Trabalhadores, porque é impossível, Ver. Pestana, fazer
isso. E nós víamos isso, trabalhando lá. Não há como suplantar o Parlamento,
como se tentou.
E
mais, sou favorável ao Orçamento Participativo, favorável ao Comude, que nós
estamos votando, porque o Executivo apresenta o Orçamento da maneira que ele
quiser, e, depois, passa pelo Legislativo. O Legislativo pode, se quiser fazer,
do Parlamento, uma democracia participativa através das Comissões Técnicas
Permanentes, em que a sociedade participa, conversa, de igual para igual com os
Vereadores, e se delibera nas Comissões, sem precisar, muitas vezes, passar
pelo Plenário. Deliberam-se coisas nas Comissões.
Mas
o Parlamento, no Brasil, tem de avançar, porque a própria Constituição é clara
ao dizer que muitas matérias votadas nas Comissões, com a participação e
decisão da sociedade, devem somente ser referendadas ou, às vezes, não, pelo
Plenário. Aqui, no Plenário, a sociedade não participa; ela está ouvindo, ela
não participa. Realmente, aqui no Plenário, não há democracia participativa, e
sim representativa. Mas, nas Comissões, se nós soubermos trabalhar, e é assim
que se estabelece através da Constituição, há a democracia participativa.
E
os referendos e os plebiscitos, Ver. Pestana? Plebiscitos e referendos são
democracia participativa! Porto Alegre nunca usou esses instrumentos, embora a
Lei Orgânica preveja. Nunca houve plebiscito ou referendo, que é a forma mais
moderna, mais usada no mundo de democracia participativa. Não há referendo e
plebiscito - até hoje, não houve - em Porto Alegre! Nós temos de adotar esse
mecanismo. Eu digo, até, em alguns casos, com relação à votação do Plano
Diretor, por exemplo, porque a Lei Orgânica prevê dessa maneira.
Finalizo,
Srª Presidenta, para mostrar que esse assunto deve ser mais aprofundado, porque
cabe ao Parlamento garantir a democracia participativa real e não apenas
virtual. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu não tinha intenção de falar,
mas depois de ouvir alguns Vereadores, não poderia deixar passar sem colocar
minha opinião aqui nesta tribuna. Qual é a diferença entre o Orçamento
Participativo e o Comude? Eu gostaria de ouvir aqui nesta tribuna, de alguns
colegas Vereadores e Vereadoras da situação, qual a diferença entre o Comude e
o Orçamento Participativo. O Comude não foi criado por uma consulta popular?
Agora,
depois de ouvir alguns Vereadores, convenhamos. O Ver. Guilherme Barbosa,
grande Secretário da SMOV desta Cidade, com todo o respeito, Vereador, eu acho
que V. Exª não leu o Projeto, não leu o Projeto. Eu só vou ler aqui o art. 9.º
e o art. 10. E V. Exª disse que não tem a participação popular. Por favor,
Vereador! (Lê.): “São membros natos do Conselho de Representantes: 1) Prefeito
Municipal; 2) Presidente da Câmara Municipal de Vereadores; 3) os Titulares do
Poder Judiciário e Ministério Público; 4) os Presidentes das Comissões Setoriais;
5) os Parlamentares estaduais, federais com domicílio no Município de Porto
Alegre; Art. 10 - Também são membros com assento no Conselho de Representantes,
mediante indicação de suas entidades: 10 representantes das classes
empreendedoras, por suas associações ou sindicatos urbanos ou rurais; 10
representantes das classes trabalhadoras por suas associações ou sindicatos
urbanos ou rurais; 10 representantes de entidades da sociedade civil,
formalmente organizadas, oriundos dos movimentos sociais e comunitários, com
sede no Município; 10 membros do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto
Alegre, a serem designados pela Resolução”.
Meus
caros colegas Vereadores, se essas 20 pessoas não têm representatividade
popular, eu não sei quem tem representatividade popular.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Besson, eu acho que aí está a diferença entre nós. Isso dá um
total de 100 pessoas aproximadamente, talvez 95, alguma coisa dessa ordem. O
que V. Exª considera popular e o que eu considero é diferente. Tem 10
representantes que vêm da organização popular. Talvez a gente considere mais 10
da representação da sociedade civil, que é uma “misturada” sensacional. Então,
de quase 100, Ver. Besson, pode-se chegar a 20. Portanto, é de 20% a
representação do povo mesmo. O resto é de gente brilhante. É poder de quem já
tem poder. Essa é a diferença. Obrigado pelo aparte.
O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado, Vereador. Mas eu estou
vendo que há aproximadamente 50 pessoas que têm uma representação popular. E
nós ouvimos no pronunciamento do Secretário da Educação, Ver. José Fortunati,
um dos Vereadores mais votados da história de Porto Alegre, o apelo que ele fez
a esta Casa sobre o que representa nós rejeitarmos esse Projeto. Vai haver
problemas para a verba para a Educação; vai haver problemas seriíssimos.
Então,
eu quero fazer este apelo aos nobres colegas Vereadores desta Casa para que, no
mínimo, levassem em consideração o pronunciamento do Secretário, Vereador,
colega desta Casa, homem íntegro, que tem o respeito de todos os Partidos desta
Casa pela sua trajetória como político e como homem honrado.
Como
já disse, em alguns pronunciamentos dos nobres colegas Vereadores, ouvi também
mais de um dizer que está-se criado um grupo de notáveis nos Comudes. Olha,
pelo que eu conheço, se há uma pessoa que com sua trajetória, por onde ele
passa - e vai continuar passando por outros setores - cria grupo de notáveis,
esse chama-se Dr. Tarso Genro. Este, sim, tem esse procedimento e, por onde
passa, cria grupo de notáveis. Digo isso, sim: chama-se Dr. Tarso Genro, e não
como foi colocado aqui por alguns colegas Vereadores, que o Comude pensa e cria
grupo de notáveis.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elias Vidal está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. ELIAS VIDAL: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero parabenizar o Ver. Sebenelo
pelo Projeto, e dizer que aprecio e voto favoravelmente a essa política via
Comude. Dou aqui o meu parecer porque acredito que o Orçamento Participativo,
Ver. Ervino Besson, não é melhor do que os Conselhos e nem do que o Comude, que
deve ser implantado aqui em Porto Alegre. O Orçamento Participativo deveria ser
um grande instrumento de bem para o povo, para a sociedade. Deveria ser. Foi
implantado de forma muito inteligente, e deveria ser um instrumento
democrático, representativo dos anseios das necessidades básicas e filosóficas
da sociedade. Mas, como o Orçamento Participativo se desviou e tornou-se um
instrumento partidário, então, senhores, acredito que o Orçamento Participativo
se tornou um instrumento unilateral, apenas beneficiando uma ideologia. Isso é
crime contra a sociedade.
Dou
um exemplo para os senhores: nós temos muitos Conselhos em Porto Alegre - o
Conselho de Habitação, o Conselho da Saúde, o Conselho Municipal de
Entorpecentes, que é o Comen. Então - percebam só os senhores e façam uma
análise comigo -, vamos usar como exemplo o Conselho Municipal de
Entorpecentes, que é um Conselho que deveria discutir as políticas sobre a
questão das drogas e da violência em Porto Alegre: no ano passado, esse
Conselho ganhou 150 reais - não é 150 mil reais. Este ano, deveria ganhar cem
reais - por favor não confundam, são duas notinhas de cinqüenta reais; como
dizem aí fora, cinqüenta pilas. Este Vereador veio à tribuna, brigou, e
conseguiu aprovar uma Emenda para cinqüenta mil reais, pelo menos para que o
Conselho pudesse mandar correspondência, reunir-se para discutir a política
sobre a questão das drogas e violência em Porto Alegre. Mas, como o Conselho
Municipal é muito representativo e democrático, não interessa ao PT, porque ele
não é cabresto, ele não é um instrumento político-partidário, então não interessa.
Ele merece ser engessado, merece não receber oxigênio e nenhum apoio
financeiro. Então, esse Conselho é fadado à morte, à necrose. Porque ele não é
um instrumento partidário. É um Conselho que deveria ser uma forma democrática
e muito representativa para receber os anseios e os problemas da sociedade. Mas
os Conselhos não interessam ao PT; o OP, sim.
Então,
por essa razão, eu voto e apóio os Comudes e o Comude de Porto Alegre, porque
nós já perdemos um bom valor em dinheiro que deveria ser investido no cidadão
de Porto Alegre. E, se não votarmos, vamos perder este ano também.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, acho que a pior droga que existe para a sociedade é que,
enquanto formadores de opinião, nós tentamos confundir a opinião pública. O
senhor sabe que é atribuição do Executivo de qualquer Partido que está no
Governo ter uma proposta de como organizar a Peça Orçamentária. Por exemplo,
aqui, hoje, está a representante do Governo Rigotto articulando para passar o
Comude. Isso é democracia! Agora, a gente sente nas falas da oposição, como é o
seu caso, respeitosamente, que também é uma forma de destruir alguém que faz
uma contra-oposição daquela política organizada que nós compreendemos como uma
forma séria.
Então,
não é uma questão contra o Comude. É uma questão contrária à prática
irresponsável de quem diz que vai investir e não investe, que não é o nosso
caso, que estamos indo para a quinta gestão, Vereador. Isso é que desmente
qualquer demagogia. Obrigada pelo tempo, Vereador.
O SR. ELIAS VIDAL: As reportagens, Vereadora, mostram que
Porto Alegre está à mercê. As crianças usam drogas pelas ruas, loló a céu
aberto, e não são incomodadas. A “cracklândia” é instalada no Centro de Porto
Alegre. O Conselho Municipal de Entorpecentes, que deveria desenvolver uma
política e ser convidado a discutir as políticas nessa área, não existe,
praticamente. Porque não há interesse. Então, a pior droga, na realidade, é
enganar. E aí há um engano, nesse aspecto. Porque nós precisamos...
Concluo
as minhas palavras dizendo que voto no Comude e acho que o Comude vai ser bem
mais democrático e representativo do que o Orçamento Participativo. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, esta matéria, ora em discussão, decorre de uma iniciativa do
Governo do Estado em ouvir determinados segmentos da sociedade com vistas a
decidir uma infinitésima parcela do Orçamento, como na Cidade a população é
chamada pelo Orçamento Participativo para definir uma infinitésima parcela do
Orçamento. É bom que a gente reduza toda essa discussão aos seus limites e aos
seus balizamentos, porque quem nos está ouvindo pode pensar: “Olhe o povo
decidindo o Orçamento do Estado; olhe o povo decidindo o Orçamento do
Município!”. Absolutamente não, não procede esse discurso! Não procede esse
discurso porque assim não é. Basta pegarmos o Orçamento do Município, o
Orçamento do Estado e vamos ver o seguinte: 90% do Orçamento - o do Estado deve
estar acima - está absolutamente engessado. Estão absolutamente engessados o
Orçamento do Estado e o Orçamento do Município! Então, que liberdade tenho eu
para discutir o Orçamento? Absolutamente nenhuma! Agora, também acho - e tive
sempre esta posição - que, ao Governante que ganha as eleições, o povo confere
o direito de estabelecer mecanismos de consulta junto a setores da comunidade,
reunindo elementos técnicos para fazer levantamentos geopolíticos, geográficos
da Cidade. “Olha, aqui falta uma escola e a demanda está a exigir uma escola
aqui”. Então, chama a população: “O que vocês acham?” Mas sempre com um
indicativo! Tem de ter um indicativo, sim, sob pena de nós particularizarmos,
privatizarmos o recurso público! Nós temos de estar atentos a essas coisas. Nós
não podemos privatizar o recurso público! Porque eu posso pegar um x do
Orçamento, chegar numa determinada área que eu, Governante, elegi de forma
particularizada, e dizer: “Olha aqui, está aqui esta disponibilidade - x -
decidam sobre ela”. O que eu estou fazendo? Eu estou privatizando o recurso
público. É bom que se tenha claro isso.
Então,
Srª Presidenta, Srs. Vereadores, eu acho que as iniciativas, os Comudes, o
Orçamento Participativo para uma fração milésima do Orçamento – milésima dos
Orçamentos, até porque não seria diferente, pois todo ele está, praticamente,
engessado, comprometido com políticas de manutenção da máquina, remuneração
salarial, obras vinculadas. Mas, de qualquer forma, assim se entendeu, e esse
mecanismo do Comude é indispensável para fazer a recepção de recursos a serem
alocados à cidade de Porto Alegre; vamos aprovar. Vamos colocar em termos bem
transparentes, tratando o assunto na sua devida dimensão, para que a população
não seja levada a outro entendimento, senão os limites dentro dos quais essa
pequena parcela é alocada a diferentes áreas administrativas, no caso, aqui da
cidade de Porto Alegre e, de resto, nas outras áreas do Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Elói Guimarães, agradeço pela sua
manifestação.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. Eu queria iniciar esta discussão
em cima da fala do Ver. Beto Moesch e da fala do Ver. Cassiá Carpes, quando
falaram da questão da composição, da representação deste Conselho, que é uma
proposta do Governo do Estado. Aliás, o Ver. Guilherme Barbosa também já fez
uma referência importante, quando, no Conselho, na sua composição, nós temos,
nada mais, nada menos, do que apenas a participação representativa da
sociedade; não há espaço para a representação participativa - eu acho que esse
é o primeiro grande nó desta questão, Ver. Cláudio Sebenelo. Quando nós
implantamos o Orçamento Participativo no Governo do Estado, respeitando a
participação popular, nós fizemos investimentos e priorizamos várias obras no
Governo do Estado.
Mas
eu queria dizer que 67,47% dos membros natos, nessa proposta do Comude,
representam 83 membros dos 123 deste Conselho. Há a participação dos
Vereadores, cada um está garantido nessa representação; há a participação dos
Deputados Estaduais e Deputados Federais que residem em Porto Alegre, está
garantida a sua vaga, com direito a voz e a voto; há representação de todos
esses envolvimentos do Judiciário, do Ministério Público, de toda uma
democracia já representativa na nossa Cidade e no nosso Estado. Nós vamos
estar, por intermédio do Comude, representando, falando e levando, novamente,
para as comunidades apenas a voz daqueles que já têm lugar e vez na nossa
sociedade, numa democracia representativa. O que nós queremos - e aí nós
propomos como emenda – é que se pudesse verificar essa questão da representação
e que se abrisse espaço para além dos dez membros apenas do total de 123, que
houvesse a participação efetiva e popular das comunidades, das pessoas que estão
ali lutando, contribuindo na concepção dessa peça orçamentária na proposta do
Comude.
Nós
sabemos, também, o quanto é colocada ali a representação do Judiciário, do
Ministério Público, da Câmara, do Parlamento - essas representações já têm
espaço, já são constituídas no nosso Estado e, também, na nossa Cidade. Acho
que nós temos de pensar muito nisso, quando abrimos a possibilidade de que haja
uma participação, cada vez maior, da sociedade. Essa é a diferença do Orçamento
Participativo para essa proposta que vem sendo levantada através desse
Conselho. Vão falar as mesmas pessoas, vão votar as mesmas pessoas que já têm
uma representação em algum lugar, constituída já legitimamente, como é o caso
desta Casa.
Eu
quero comentar uma questão que o Ver. Luiz Braz trouxe no início, que falava,
justamente, do investimento na questão da Educação.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Maria Celeste, eu estou atento ao pronunciamento de V. Exª,
mas eu não consigo entender como V. Exª, com a sua trajetória política que
sempre tenho elogiado nesta Casa, vir dizer que o Comude não tem
representatividade popular - Vereadora, sinceramente, eu não concordo e não
consigo entender a linha do seu pronunciamento, como não consegui entender a do
Ver. Guilherme.
A SRA. MARIA CELESTE: É só verificar, Vereador, no Projeto. Nós
temos ali apenas 10 representantes da sociedade civil organizada, no total de
123.
O Sr. Ervino Besson: Vereadora, o art. 9º e o art. 10º dizem
tudo.
A SRA. MARIA CELESTE: Está bem, vamos verificar no Projeto, mas
no Projeto li a participação de apenas 10 pessoas na representação.
Eu
queria comentar o investimento do Governo do Estado, do nosso Governo Olívio
que teve, como montagem da sua peça orçamentária, o Orçamento Participativo,
que fez, na época - e daí são dados do jornal Zero Hora -, um Balanço do
Governo Olívio, de 27 de dezembro de 2002, que diz que investiu 10,3 bilhões em
Educação em nosso Estado, cerca de 35,2% da Receita Tributária líquida do Estado.
E aí, Ver. Luiz Braz, realmente, eu fico pensando quando o senhor disse que o
Governo Rigotto gastou apenas 3 bilhões em Educação no ano passado, certamente,
se esse cálculo está correto, ele não gastou os 25%, colocados na Constituição
Federal, como é previsto no gasto com o Orçamento da Educação.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) É que V. Exª não tem os dados corretos, V. Exª está trabalhando
talvez com dados de todo o Governo Olívio Dutra, mas o orçamento já vem há muito
tempo; o Orçamento total da Secretaria de Educação, hoje, gira mais ou menos em
torno de 3 bilhões e 400 milhões, e isso, na verdade, é mais do que já foi
aplicado, ou do que já foi orçado no Governo do Partido de V. Exª Então, V. Exª
trabalha com dados incorretos e isso tira, infelizmente - eu que gosto tanto de
V. Exª -, mas tira a validade das afirmações feitas por V. Exª
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. Luiz Braz. Mas, esse é um
dado do jornal da época, que traz essa questão, não é esta Vereadora que está
falando, não é um dado do Partido, não é um dado do Governo, mas um dado
publicado num jornal de circulação da Cidade.
Para
concluir, Srª Presidenta, com a sua tolerância, eu só queria reforçar o que a
Verª Helena trouxe aqui sobre a questão do combate à miséria, e lembrar também
que o Programa Família Cidadã, que atendeu a mais de dez mil pessoas no Estado
e que era um Projeto que estava iniciando com o nosso Governo, atualmente,
atende apenas a 3 mil famílias em todo o Estado e enfrenta um problema devido à
crise financeira do Tesouro, e todos os projetos e programas do nosso Governo,
orçado através da Peça Orçamentária, do Orçamento Participativo, não foram
levados em consideração por esse Governo, e vem agora querer trazer para cá um
Projeto que vai levar em consideração apenas a representação que já tem voz e
vez na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada, Srª Presidenta.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03, por cedência de tempo desta Presidenta.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidenta Margarete Moraes, agradeço
pelo espaço cedido para que a gente voltasse a esta tribuna para continuar o
nosso debate aqui. Muito se fala do Governo Federal, muito se fala deste
Governo Municipal, mas, infelizmente, ninguém falou dos recursos que já estavam
previstos por este Governo, e não dos recursos ou demandas criadas no Governo
passado, mas por este Governo, na palavra do Vice-Governador Antonio Hohlfeldt.
Por
exemplo, ouvi aqui o nosso colega, Ver. Elias Vidal, preocupado com a questão
da criança, da Assistência. Pois veja, Ver. Elias Vidal, foram aprovados, na
consulta popular, compromisso do Vice-Governador Antonio Hohlfeldt com esta
Cidade, 794 mil reais para a área da Assistência. Gostaria de informar a V. Exª
que desses recursos o que veio para Porto Alegre foi zero!
Esse
é o compromisso do Governo Rigotto com a Assistência Social de Porto Alegre, ou
seja, zero! No discurso é uma coisa, agora, na prática, a contribuição efetiva,
a vontade política: é zero!
Veja,
Ver. Pedro Américo Leal, sempre preocupado com a Segurança, estavam previstos -
compromisso do Governo Rigotto, compromisso do Vice-Governador, que está
coordenando esse processo - 561 mil para a área da Segurança. Sabe quanto veio
de recurso? Zero! Sabem qual é o compromisso com a Segurança? Zero! Sabem qual
é o compromisso com a participação daquelas pessoas que vieram e participaram,
efetivamente, da participação popular? Zero! Não tem um tostão, e vêm aqui
cobrar do Município, cobrar desta Casa para que acelere a votação dos Comudes.
Antes
de qualquer coisa, tinham que nos explicar como é que não veio nenhum tostão
até agora!
Vamos
pegar a área da Saúde, Ver. Sebenelo: estavam previstos um milhão e 200 mil
reais. Sabem quanto veio da consulta popular? Zero! Esse é o tamanho do
compromisso do Governo do Estado com a Saúde: zero! Não há nenhum tostão, Ver.
Sebenelo! Infelizmente, não vejo o Ver. Sebenelo gastando a mesma energia que
ele gasta aqui, quando vem fazer pretensas denúncias sobre a situação da Saúde
no Município. Tem um milhão e 200 mil prometidos, e nada!
Na
área da Educação há um milhão e 700 mil reais. Sabem quanto veio? Zero! Não
veio nada! Só tem discurso; só tem ataques ao Governo Federal, só tem ataques
ao Governo Municipal. Mas, uma prática efetiva, uma preocupação efetiva com a
Capital do nosso Estado: nenhuma!
Dizer
ou querer convencer as pessoas que nos assistem que a participação na consulta
popular é mais efetiva, é maior que a participação no Orçamento Participativo é
brincar, é desconsiderar, é desrespeitar o que construímos nesta Cidade durante
esses 16 anos.
No
Orçamento Participativo as pessoas deliberam sobre o conjunto dos
investimentos; elas têm a oportunidade de fazer a sua reivindicação, de
reivindicar o seu direito diretamente com o Prefeito e com o Secretário.
Na
consulta popular, o Governador e o Secretário continuam sendo pessoas
distintas, longe do povo, porque elas acabam votando numa urna sobre 3%.
Então,
infelizmente, embora o Governo do Estado tenha toda a legitimidade para criar
mecanismos de participação, esse Governo acabou por optar pela consulta
popular, restringindo a participação, e o que é pior, não cumprindo com aquilo
que efetivamente tinha se comprometido quando assumiu esse Governo.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Aldacir Oliboni está com a
palavra para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Srª Presidenta Margarete Moraes, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16,
eu estava ouvindo atentamente, porque, quando falamos em saúde pública, se
avaliarmos que defendemos a universalização dos serviços e que nesses serviços,
em Porto Alegre, dependendo da instituição, mais de 50% são oriundos do
interior do Estado, principalmente em se tratando do atendimento no Hospital de
Clínicas e no Hospital Conceição, vamos perceber que o Orçamento do Governo do
Estado destinado à Saúde para essas instituições, não tem nenhuma relação, até
porque essas entidades são mantidas com verbas do Governo Federal. Quando nós
nos referimos a Porto Alegre, outras instituições que, por sua vez, a utilizam,
que são mantidas por recursos do Município, nós vamos perceber que o Governo do
Estado, tanto no ano passado como neste ano, não repassou nenhum centavo e não
cumpriu com o que prometeu na execução dos postos de saúde ou dos serviços em
cada mil metros quadrados.
Nós
entendemos que o OP em Porto Alegre atende não só a uma necessidade da
população, mas uma manifestação espontânea nos seus diversos segmentos que vão
disputar voluntariamente as suas demandas, seja nos seus segmentos ou nas suas
regiões.
O
Comude, defendido pelo Governo do Estado, não é mais nada do que transferir
esse poder que vem da comunidade, que é motivado por aquilo que a comunidade
quer, para órgãos governamentais ou entidades que, por sua vez, não podemos
dizer aqui que não tenham autonomia, ou a necessidade, ou a iniciativa de poder
encaminhar os seus projetos, mas não podem concentrar numa minoria,
transferindo o poder da comunidade, da população como é transferido, como é
feito, por exemplo, a autonomia do voto popular.
Nós
percebemos que aqui nesta Casa, como em muitas plenárias do OP, as comunidades
se organizam, e muitos Vereadores da oposição fazem isso também, mobilizando
aquela comunidade para disputar uma demanda no OP. Isso não vai mais acontecer.
Nós queremos dizer que o Comude não pode ser desta forma, tirando o poder de
iniciativa da comunidade para que apenas as entidades possam ter essa autonomia
de disputar a demanda.
Se
nós avaliarmos, por exemplo, com o que o Governo está preocupado, não é somente
isso, é simplesmente concentrar o poder para não transferir o que ele deveria
transferir.
Se
nós avaliarmos a Saúde no ano passado, em vez de ele investir 10% como deveria,
ele investiu apenas 5,87%, mas não em Porto Alegre, mas em alguns centros
regionais do Estado, e não percebeu que Porto Alegre, por ser um centro de
referência, é que deveria receber um maior aporte de recursos. Então, o que
está faltando não é só solidariedade com Porto Alegre; o que está faltando é
perceber que aqui é um centro de referência. Falo apenas em saúde, imaginem em
outras questões que são fundamentais.
Nesse
sentido, nós entendemos que o Governo quer simplesmente transferir uma
discussão de uma forma que não é democrática, e, portanto, o OP, em Porto
Alegre, se constituiu como uma iniciativa popular, como uma idéia centralizada
na vontade das comunidades, e aqui, sim, é o exemplo de democracia
participativa através do Orçamento Participativo.
E,
nesse sentido, nós queremos dizer que as Emendas encaminhadas ao Projeto do
Comude, por esta Bancada, são as que tentam constituir uma melhor demonstração
de participação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra
para discutir o PLCL nº 021/03.
O SR. GERSON ALMEIDA: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu quero afirmar aqui a minha opinião de que esse Projeto que nós
estamos votando, ou votaremos nas próximas Sessões, é um Projeto eminentemente
para disputa política. Ele já é um fracasso, tanto é que a própria base
política do Governo, que aprovou esse Projeto da Assembléia, não tem nenhum
interesse nesse debate aqui na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Reconhecendo, portanto, o fracasso desse Processo, que, inclusive, os vários
setores do Governo do Estado chegaram a pensar, Ver. Haroldo de Souza, em
extinguir o seu processo de participação popular, e outros, de mantê-lo.
Agora,
parece-me que o debate de fundo é sobre visão de democracia, de fato, porque a
democracia pensada como império da população, do povo, não é de hoje, tem
inúmeras experiências, desde a ágora,
e passou por tantas outras. Mas a verdade é que experiências como o Orçamento
Participativo, que são originais de Porto Alegre, essas experiências procuram
recuperar a noção republicana e a noção original de democracia como um
alargamento das instâncias de Participação Popular, uma necessidade muito
importante, já que nos últimos anos, nas últimas décadas e, por que não, até,
no último século, a democracia, cada vez mais, foi identificada e reduzida à
idéia de representação parlamentar. Isso não é uma ampliação ou um avanço da
noção de democracia; isso é um recuo, uma limitação da concepção de democracia.
Por isso que hoje nós vemos, por exemplo, na Europa, no velho Continente, onde
a experiência democrática é a mais enraizada de qualquer lugar do planeta; nós
vemos um desencanto e uma participação dos cidadãos cada vez menor no processo
eleitoral, porque aquela forma, apenas, que reduz democracia à participação, à
representação parlamentar e à votação periódica, é uma forma importante,
necessária, mas insuficiente para, efetivamente, dar vigor, vida, conteúdo à
democracia. E democracia sem conteúdo, democracia sem participação dos cidadãos
é uma democracia burocrática, é uma democracia que começa a constituir o seu
próprio declínio.
Portanto,
não é bom para o processo democrático a diminuição das formas de participação,
quando nós já conseguimos alargá-la, que é o exemplo de Porto Alegre. Não é à
toa que é aqui em Porto Alegre a sede do Fórum Social Mundial, que reúne as
forças políticas mais diferentes. Inclusive, aqui, tivemos um embate, alguns
Vereadores fizeram grandes embates contra o 1º Fórum Social Mundial, para que,
dois anos depois, o Governador do seu próprio Partido tivesse de se render,
acho que positivamente, à experiência e à magnitude do Fórum Social Mundial.
Eu
quero colocar que muita coisa se fala como democracia, mas a idéia de que é
mais avançada a democracia plebiscitária ou a democracia de referendum é um equívoco que toda a
ciência política já superou. O referendum
e o plebiscito, ao invés de serem instrumentos para fortalecer e legitimar
democratas, de um modo geral, são usados para fortalecer e legitimar governos
autoritários, porque o plebiscito é também um sim ou não, não é uma forma de
participação, de ampliação dos espaços democráticos. A importância do Orçamento
Participativo é derivada do papel que ele permite uma presença, uma
participação ao longo de todo o processo, ao longo de todo o período, de todo o
ano, é na concepção do projeto, na discussão do projeto e na decisão das suas
prioridades e da destinação de recursos.
Por
isso, o Governo Rigotto e os Partidos da sua base aliada cometeram um equívoco
profundo na política ao extinguir o Orçamento Participativo e colocar no seu
lugar um arremedo de participação, que não tem vigor algum. Tanto é que o
próprio debate nesta Câmara, a Capital Mundial da democracia participativa, é
um debate vazio de conteúdo político. É um debate em que os próprios Partidos
mais comprometidos com o Governo do Estado, em nível Estadual, não têm vigor
para defender esta proposta. E alguns, aqui, é claro que há exceções,
demonstraram um desconhecimento profundo da própria proposta que querem
defender, como o Ver. Elias Vidal, o nobre Ver. Elias Vidal, que disse que tem
uma intensa participação popular nesta proposta. Esta proposta dá poder a quem
tem mais poder, Ver. Elias Vidal. Ela dá poder a Vereador, que já tem poder; dá
poder a Prefeito, que já tem poder; dá poder à representação de organizações
sociais, que já têm poder. E tira poder do cidadão, aquele comum. Este, sim,
que precisa de poder, é este que clama por maior representação, por maior
capacidade de participar dos destinos e das decisões da sua cidade, da sua polis. Este, sim. E a proposta do
Governo do Estado é um extraordinário retrocesso.
Talvez
em outro Estado, que não tivesse experimentado, que não tivesse sobre o seu
solo a semente da participação popular, que reuniu mais de 330 mil pessoas no
último ano do Governo Olívio, esta proposta fosse um avanço, mas aqui no Rio
Grande do Sul é um retrocesso, porque tira poder do cidadão comum, que clama
por poder, e dá mais poder ainda para quem já tem poder. Ou seja, na verdade, é
uma proposta que tenta ser um guarda-chuva para quem não tolera a participação
popular genuína. E este tema não vai-se esgotar aqui. Este vai ser um tema
profundo de debate nas próximas eleições e no próximo período...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Conclua, Vereador.
O SR. GERSON ALMEIDA:... porque o que está-se fazendo aqui é
instaurar a idéia totalitária de um Governo Estadual em gerir sobre a autonomia
dos municípios. Nós vamos votar constrangidos, porque o Governo do Estado, com
seu totalitarismo, está dizendo: “se não votar, não vem recurso para Porto
Alegre”. Isto é uma ingerência que eu não via há muito tempo, desde 1988, na
autonomia dos municípios. O Vereador que votar defendendo isto é um Vereador
que está abdicando do seu próprio poder também.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Apregôo quatro Requerimentos, de autoria
do Ver. Sebastião Melo, solicitando que as Emendas nºs 01, 02, 03 e 04 do PLCL
nº 021/03 sejam votadas em destaque.
Encerrada
a discussão do PLCL nº 021/03. Eu
quero alertar que às 18h25min deveremos encerrar a Sessão, porquanto se trata
de uma Sessão Extraordinária, cujo tempo máximo de duração é de quatro horas.
O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta, Margarete Moraes, levando
em consideração que a Sessão é Extraordinária e não pode ser prorrogada a
partir das 18h25min, eu sugiro que a votação aconteça amanhã, ao abrirmos a
Ordem do Dia, quando encaminharíamos a votação dessa discussão. Volto a
registrar que não pode ser prorrogada esta Sessão por ser uma Sessão
Extraordinária.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, de acordo com o nosso
Regimento, como nós estamos em meio de votação, podemos prorrogar a Sessão para
terminarmos a votação, porque nós já votamos o principal e, iniciado o processo
de votação, podemos terminá-lo sem ferirmos o Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Se V. Exª achar que deve continuar a
Sessão, pode convocar uma nova Sessão Extraordinária; tem essa prerrogativa
pelo regulamento. Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Está encerrada esta 2ª Sessão
Extraordinária.
(Encerra-se
a Sessão às 18h25min.)
* * * * *